O recorde de novos casos de Covid-19, mais de 114 mil registros em apenas um dia, nesta semana, foi creditado ao represamento de dados do Rio Grande Norte. Mas o quadro sanitário permanece grave, com altíssima taxa de transmissão do vírus e um platô médio de mortes diárias oscilando em torno de dois mil óbitos. A radiografia do momento atual, capturada pelo Instituto Fiocruz, aponta para uma tendência de aumento de casos e mortes nas próximas semanas. Segundo o último boletim da Fiocruz, entre os dias 13 e 19 de junho, a média de casos e óbitos manteve-se alta pela terceira semana.
O número de infecções aumentou 1,3% ao dia e o de mortes, 0,8%. A média de novos casos está acima de 72,7 mil e o de óbitos, em 2 mil. A tendência, quando o número de novos doentes acelera, é que as mortes sigam o mesmo padrão. O mês de junho, portanto, será de más notícias. Principalmente pelo fato de que o número de vacinados com duas doses ainda é muito baixo no país, menos de 12%.
“O que assistimos no primeiro semestre de 2021 foi um processo de aceleração de casos e óbitos que o país ainda não tinha vivenciado”, observa o boletim da instituição. O Brasil apresenta uma taxa de letalidade elevada, quando comparada a outros países. Está em torno de 3%, ante a cerca de 2% em outras nações.
De acordo com a BBC, o Brasil voltou a assumir a liderança mundial no ranking de vítimas fatais da Covid-19, ultrapassando a Índia. O posto já foi ocupado pelo país duas vezes, com uma duração média de dois meses.
Inverno preocupa
Pesquisadores da Fiocruz temem que a chegada do inverno leve a um agravamento do quadro sanitário. Leitos de UTI seguem com taxas acima de 80% de ocupação em 18 estados e o Distrito Federal. Em oito, a taxa ultrapassa 90%.
“O sistema de saúde ainda apresenta grande sobrecarga para o cuidado de alta complexidade à covid-19, estando sob risco de não ter capacidade de responder a eventuais aumentos na demanda por cuidados”, aponta boletim da Fiocruz.
Da Redação, com informações de Folha e BBC