As mobilizações do Dia Nacional de Luta pela Democracia, contra o impeachment e pelo “Fora Cunha” tomam as ruas em várias regiões do Brasil, nesta quarta-feira (16).
Organizado por centrais sindicais, movimentos sociais e intelectuais, todos os 27 estados e o Distrito Federal mobilizaram atos para repudiar o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Os manifestantes pedem também a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha é alvo de processo no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. É acusado por parlamentares de se utilizar do cargo para evitar investigações mais aprofundadas e a cassação de seu mandato, inclusive tentando impedir o andamento do pedido de cassação de seu mandato no Conselho de Ética.
A Frente Brasil Popular, organização que reúne 66 movimentos sociais e sindicatos, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a CTB, a Intersindical, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), lidera o movimento.
Para o presidente CUT, Vagner Freitas, o movimento do impeachment busca atacar os direitos dos trabalhadores. “Acima de tudo somos contra o impeachment porque ele tira direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras e da sociedade de maneira geral, um ato capitaneado pelos conservadores”, declarou, segundo reportagem da “Rede Brasil Atual”.
Trabalhadores do campo também estão mobilizados, por entenderem que o golpe pode prejudicar conquistas dos últimos 13 anos. “Temos clareza de que será um retrocesso. É preciso avançar muito ainda, mas não é tirando este governo, eleito democraticamente, que vamos melhorar”, afirmou à reportagem o diretor nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Charles Reginatto.
Atos pelo Brasil – Em João Pessoa (PB), cerca de 1,5 mil pessoas participaram do protesto, segundo os organizadores.
Mais de 3 mil manifestantes foram às ruas de Guaranhuns (PE), terra natal de Lula, para defender a democracia e protestar contra o golpe pretendido por quem quer impeachment.
Em Maceió (AL), ainda pela manhã, cerca de 6 mil pessoas marcham pelas ruas do centro da cidade.
No Paraná, mais de 400 jovens Sem Terra dos acampamentos Dom Tomás e Herdeiros da Terra marcham pelo município de Quedas do Iguaçu.
A juventude permanecerá ao longo do dia realizando intervenções em frente aos comércios locais para denunciar as manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao mover o processo de impeachment sem base jurídica contra Dilma.
Outros 1,5 mil Sem Terra liberaram o pedágio em São Miguel do Iguaçu, onde também protestavam contra o impeachment e o ajuste fiscal.
Os atos são organizados pelas centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, com apoio de movimentos como MST, MTST, UNE e Conem, além das Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo sem Medo (FPsM).
Para as entidades, o atual cenário nacional exige que a população se mobilize para que não haja retrocessos sociais, políticos e econômicos, e pedindo a ampliação de direitos, o aprofundamento da democracia e a realização de reformas populares.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do “MST” e “CUT”