A obra de ligação, por meio de adutoras, entre a represa Billings e o sistema Alto Tietê, realizada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), é motivo de inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Orçada em R$ 130 milhões, a obra tem o objetivo de abastecer o extremo Leste e Norte da Grande São Paulo e é feita sem um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e análise das consequências para o consumo humano.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) concorda com a investigação do MP e lembra que a Billings, , historicamente, foi o destino não apenas de esgoto doméstico, mas também de despejo industrial, com materiais tóxicos e metal pesado.
“Foi por isso que nunca se usou a água da Billings para consumo humano, pois ela tem contaminação de difícil tratamento”, alerta o deputado.
A justificativa do governo para não seguir um rito completo de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) preocupa o MP. O temor é que a incorporação da represa contamine águas de melhor qualidade.
As águas da Billings se juntarão às do rio Pinheiros, também bastante poluídas, e verterão em outros rios e represas cujas águas são utilizadas, inclusive, para o abastecimento humano.
“Tem todo sentido o MP investigar essa obra, porque o governo, para resolver um sério desabastecimento de água, faz uma obra de qualquer jeito, sem saber qual o risco de interligar esses sistemas”, aponta o deputado.
A obra é considerada pelo governo Alckmin ação emergencial, por isto, o curto prazo para seguir um rito completo de EIA e evitar o rodízio de abastecimento. Para Tatto, é inadmissível essa obra, uma vez que medidas necessárias não foram tomadas há 20 anos.
“Ao longo do tempo os governos do PSDB não fizeram os investimentos necessários para evitar o colapso hídrico pelo qual passa o estado. Agora, em razão de uma emergência, o governo Alckmin oferece água contaminada”, ressalta o deputado.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias