O Ministério Público de Genebra, na Suíça, realizou uma operação de buscas nos escritórios do banco HSBC Holdings nesta quarta-feira (18). A ação se tornou possível após a abertura das investigações criminais que afirmam que o banco facilitou a evasão de quase US$ 180 bilhões de clientes de mais de 200 países na filial suíça.
As buscas foram coordenadas pelo procurador-geral Oliver Jornot e pelo procurador Yves Bertossa. Também foram abertas investigações sobre o HSBC na Argentina, Bélgica, Estados Unidos e França.
O escândalo envolvendo a evasão fiscal bilionária foi revelado pelo projeto SwissLeaks, do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ).
A entidade reúne arquivos que apontam que, de novembro de 2006 a março de 2007, quase US$ 180 bilhões transitaram na filial suíça do banco para sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo internacional. Os recursos pertencem a mais de 100 mil clientes e 20 mil pessoas jurídicas.
Clientes brasileiros também integram a lista revelada pelo projeto. De acordo com a Receita Federal, que investiga o caso, 6,6 mil contas foram abertas no banco entre 1988 a 2006. As contas estão vinculadas a 4,8 mil nomes de pessoas de nacionalidade brasileira, que totalizam o saldo (entre 2006 e 2007) de 7 bilhões de dólares, ou 20 bilhões de reais.
Contas secretas – Entre os nomes já revelados pela plataforma Off Shore Leaks, do ICIJ, está o de Saul Dutra Sabbá, o ex-assessor do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso. No mapa apresentado pela plataforma virtual, Sabbá, que é diretor presidente do Banco Máxima, aparece ligado à Maximizer International Bank S.A.
Durante a década de 1990, Sabbá assessorou o governo do PSDB a implementar o Programa Nacional de Desestatização (PND), que foi responsável pela privatização da Vale, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), além de empresas no setor de fertilizantes e petroquímica.
Da Redação da Agência PT de Notícias