Partido dos Trabalhadores

MPF move ação contra Bolsonaro por declarações racistas

Ação civil pública por danos morais coletivos foi aberta pelo Ministério Público Federal após pedido protocolado por parlamentares do PT

Wilson Dias/Agência Brasil

Jair Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é alvo de ação civil pública por danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra em geral movida pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) nesta segunda-feira (10). Se condenado, ele deve pagar o valor de R$ 300 mil, a ser revertido em projetos de valorização da cultura e história dos quilombos.

A ação se baseia nas declarações proferidas pelo deputado durante palestra no clube Hebraica do Rio de Janeiro no dia 3 de abril, quando afirmou que visitou um quilombo e que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas” e que “nem para procriador ele serve mais”.

Parlamentares petistas protocolaram representação no MPF no dia 6 para que se apurasse o crime de racismo cometido pelo deputado carioca. O ex-ministro da Igualdade Racial do presidente LulaEdson Santos, e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) se posicionaram duramente contra as falas de Bolsonaro.

Segundo nota divulgada pelo MPF, o deputado “ofendeu e depreciou a população negra e os indivíduos pertencentes às comunidades quilombolas, bem como incitou a discriminação contra esses povos”.

Na ação, os procuradores da República sustentam que o réu utilizou informações distorcidas, expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com o claro propósito de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades quilombolas e a população negra.

“Com base nas humilhantes ofensas, é evidente que não podemos entender que o réu está acobertado pela liberdade de expressão, quando claramente ultrapassa qualquer limite constitucional, ofendendo a honra, a imagem e a dignidade das pessoas citadas, com base em atitudes inquestionavelmente preconceituosas e discriminatórias, consubstanciadas nas afirmações proferidas pelo réu na ocasião em comento”, concluem os procuradores na ação.

Da Redação da Agência PT de notícias