Na quarta-feira (31), após a decisão do senado sobre o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra divulgou nota de repúdio ao golpe parlamentar – judicial- midiático instalado no Brasil.
Leia a nota na íntegra:
Nota do MST sobre o Impeachment da Presidenta legítima Dilma Rousseff
Após a violação da Constituição brasileira consolidada por 61 senadores neste dia 31 de agosto de 2016, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público manifestar seu repúdio ao golpe parlamentar – judicial- midiático instalado no Brasil.
A farsa que sustentou este processo foi desmascarada no próprio julgamento, desmontada pela defesa e pela fragilidade da acusação, e reconhecida pelo constrangimento em caçar os direitos políticos da presidenta Dilma Rousseff. Sem crimes que pudessem dar base a uma denúncia contra a presidenta, a elite econômica e política brasileira ferem gravemente o processo democrático e colocam em risco a legitimidade do voto do povo.
Coerentes com o histórico de defesa da democracia, recusamos reconhecer o governo de Michel Temer. Temos convicção de que o Impeachment não é o último ato de violação dos direitos do povo brasileiro promovido pelas elites econômicas e políticas do Brasil. Desta forma, denunciamos:
·A tentativa de entrega do Pré-Sal brasileiro, retirando a exclusividade de exploração da Petrobrás.
·A tentativa de flexibilização dos direitos trabalhistas, dos direitos previdenciários e de sucateamento do Sistema Ùnico de Saúde.
·A tentativa de privatização dos bens do povo brasileiro e a mercantilização das nossa terras, água e minérios para estrangeiros.
·A completa paralisação da reforma agrária, somado a retrocessos em todas as áreas sociais, tais como educação e o desmonte do Programa Minha Casa, Minha Vida.
A saída para a crise política, econômica e social que vivemos é a defesa irrestrita da democracia. Acreditamos ser fundamental mudanças no sistema político brasileiro e defendemos a convocação de uma Constituinte Exclusiva para mudar o sistema político. É preciso garantir a inclusão do povo nos processos decisórios do país, de forma a garantir a participação popular nos temas de interesse nacional, tais como as reformas estruturantes, historicamente impedidas pela classe dominante.
Anunciamos que a nossa mobilização não acaba com o golpe instalado. Seguiremos em luta, organizando o povo do campo e construindo a unidade com as lutas urbanas. A restauração da democracia brasileira e as mudanças necessárias para a construção de um país mais justo e soberano serão o nosso guia para o próximo período.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra