Há pouco mais de 82 anos, as mulheres no Brasil não podiam votar, nem serem votadas. Hoje, a história é bem diferente. O gênero que domina os lares brasileiros e o mercado de trabalho, cresce também entre os eleitores e candidatos. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão mais de 74 milhões mulheres indo às urnas em outubro.
Este ano, elas serão mais da metade dos votantes, com 52,13%, frente a 47,79% de homens. Mas desde 2010 elas ultrapassaram os homens na hora de exercer o direito ao voto. Na época, as mulheres somavam 51,82% dos eleitores, com 135 milhões de pessoas do sexto feminino em todas as faixas-etárias.
As mineiras também estão em peso entre os eleitores registrados. Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, elas chegam a 51,54%, do total de mais 15 milhões de eleitores, 15.248.681 eleitores.
A aposentada Amélia Joaquina Ferraz, de 65 anos, ainda faz questão de comparecer ao colégio eleitoral onde vota em Brasília, Distrito Federal. “Meu voto faz a diferença. Se as pessoas precisam, por que não fazer a minha parte?”, disse.
Mãe de quatro mulheres, ela é otimista e transmite para todas o que acredita ser a única forma de conquistar o melhor para a família, aqui e na Paraíba. “Sempre espero o melhor de quem eu voto”, contou Amélia.
A primeira vez que a brasileira pode exercer o direito ao voto, em âmbito nacional, foi em 3 de maio de 1933. Depois de quase 100 anos de luta, elas puderam participar da eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e um ano antes da criação da Justiça Eleitoral no Brasil. Entretanto, este direito era restrito às mulheres que exerciam função pública remunerada.
Pioneirismo – O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado a reconhecer o voto feminino, em 1927. Dois anos depois, os potiguares elegeram a primeira prefeita do Brasil, Alzira Soriano, que governou a cidade de Lages por cerca de sete meses, até renunciar diante da Revolução de 1930.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias