O Seminário das Mulheres Trabalhadoras em luta: Derrotar retrocessos e ampliar direitos, da CUT Brasília, reuniu, nesta segunda-feira (4), mulheres do meio sindical pra debater o enfrentamento ao governo golpista de Michel Temer e seu consequente avanço conservador sobre direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Para a secretária-adjunta da Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT Nacional, Mara Fletes, o golpista Temer não disfarça a que veio. Ela relembra que, caso o golpe prevaleça, a classe trabalhadora vai sofrer, sendo que mais ainda as mulheres.
“Nós temos a convicção que as pessoas ainda não têm a exata dimensão do que está em risco. Parece que as pessoas não estão acreditando ainda. Nós dizíamos antes que seria um governo golpista, que seria uma ameaça aos nossos direitos, mas as pessoas davam a entender que nós estávamos assustando ou fazendo terrorismo. Mas ele assumiu de uma forma golpista e já mostrou a que veio”, afirmou.
Na mesma linha, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do governo da presidenta eleita Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, afirmou que seu papel e de todas as mulheres é, além de resistir ao golpe, informar à população sobre os retrocessos.
“O que às mulheres podem fazer? Resistir, resistir, e resistir. Mas antes de resistir, eu tenho me colocado como ministra de estado afastada uma responsabilidade muito grande, de informar e divulgar essas perdas de direitos, porque a população não está informada, então nós temos que divulgar e disseminar”, explicou Menicucci.
Mara pontuou as principais perdas de direitos das mulheres com o golpe, como o aumento da idade mínima de aposentaria para as mulheres, os cortes no Bolsa Família, em que 95% dos beneficiários do programa são mulheres, assim como redução da própria Secretaria Especial de Mulheres.
“Ele já disse que quer igualar a idade de aposentaria de homens e mulheres. A diferença na idade para se aposentar não é uma benécia, é uma questão de respeito que foi conquistado pela luta das mulheres”, destacou.
Na avaliação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ações como o seminário organizado pela CUT Brasília são importantes porque são de resistência “para que a gente mantenha as conquistas que nós tivemos”.
“Eu não tenho dúvidas que o maior retrocesso para as mulheres é o não reconhecimento pelo governo golpista do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos”, afirmou.
Gleisi lembrou que a base desse governo golpista atenta contra os avanços que das políticas para as mulheres, como o enfrentamento à violência, as ações de trabalho e renda, e também na Previdência.
“Tudo aquilo que a gente conquistou ao longo dos últimos anos, estão sendo ameaçados. Por isso a importância de fazer a resistência ao golpe. E as mulheres têm sido valorosas nisso”, concluiu a senadora petista.
Segundo a representante da secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT, o recado que o golpista Temer passa é que não quer participação popular e que não respeita os conselhos, como o Conselho Nacional de Mulheres.
“Os retrocessos são imensos e inúmeros. O golpe foi dado à democracia e quem representava a democracia e o projeto democrático é a presidenta Dilma. Por isso que é importante o ‘Volta Dilma’, para recuperarmos os nossos direitos”, finalizou a ministra Menicucci.
“Nós vamos resistir ao golpe com o protagonismo das mulheres, dizendo que golpistas, machistas e fascistas não passarão, porque aqui há mulheres que agarram seus direitos, que são direitos sempre conquistados com muita dor, mas com muita fé, com muita luta, muita coragem e com muita capacidade guerreira que as mulheres têm”, garantiu a deputada federal Érika Kokay (PT-DF).
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias