A prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad (PT), receberá indenização de US$ 20 milhões do Deutsche Bank – o equivalente a R$ 48,9 milhões. O banco alemão, utilizado para movimentar recursos desviados pela família do ex-prefeito Paulo Maluf (PP), aceitou acordo do Ministério Público do Estado para evitar uma ação judicial.
De acordo com Haddad, a prefeitura destinará R$ 44 milhões para a construção de 10 creches públicas em São Paulo. “Acho que seria a melhor coisa a fazer com esse recurso. Mostrar que nós vamos usar este dinheiro para cuidar da primeira infância para ampliar as creches da cidade”, explicou Haddad, em declaração dada após a homologação do acordo pela Justiça.
A indenização faz parte de inquérito civil instaurado em 2001 para apurar desvios de verbas durante a construção do túnel Ayrton Senna e da avenida Jornalista Roberto Marinha, além da remessa ilegal de valores ao exterior na gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, entre 1993 e 1996.
Segundo a prefeitura, R$ 3,6 milhões irão cobrir os gastos que o Ministério Público teve com a investigação. Além disso, R$ 734 mil compensarão danos causados ao estado e R$ 489 mil pagarão gastos com perícias e inspeções judiciais realizadas para o caso.
Acordo – De acordo com a Promotoria de Justiça da Cidadania da Capital, o Deutsche Bank não estava diretamente envolvido com o desvio de recursos públicos. No entanto, o banco alemão preferiu resolver a situação de forma amigável, pois diversas agências no exterior foram utilizadas para lavagem de dinheiro pela família Maluf.
Promotores paulistas informam que US$ 200 milhões do esquema passaram pelo banco, que lucrou US$ 1 milhão. Para evitar ação civil pública, o Deutsche Bank ofertou uma quantia vinte vezes maior como forma de indenização por danos materiais e morais coletivos.
Paulo Maluf teve a candidatura à reeleição de deputado federal indeferida, nas eleições de 2014, por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa, pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ainda assim, teve o nome incluído nas urnas eletrônicas, por conta da possibilidade de reverter a decisão no Supremo Tribunal Federal. Ele teve 250 mil votos, em 5 de outubro, quantidade suficiente para voltar à Câmara dos Deputados.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias