Em meio à debandada geral dos aliados de Michel Temer, que agora até o criticam para fugir de sua impopularidade radioativa, sobram algumas boas relações. Nesta quarta-feira (26), a procuradora-geral Raquel Dodge desistiu denunciá-lo por envolvimento no chamado “quadrilhão do MDB”, livrando-o de um possível afastamento nos meses finais de seu mandato.
Temer é acusado de pedir R$ 10 milhões em propina da Odebrecht para o MDB. O acordo teria sido selado em 2014, em um jantar no Palácio do Jaburu. Os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco também estão envolvidos no caso.
A chefe do MPF pediu que o inquérito seja suspenso sob alegação de que ele era vice-presidente na época do fato e, portanto, não estaria sob a imunidade do cargo (a Constituição veda investigação a um presidente por fatos anteriores.)
Embora ela pudesse ter denunciado Temer observando que o caso ficasse parado até o fim do mandato, conforme explica o G1, Dodge entendeu que nem mesmo cabia fazê-lo. A partir do dia 1º de janeiro, a investigação poderá seguir pela primeira instância.
Esta seria a terceira denúncia contra Temer no caso do “quadrilhão”. As duas anteriores foram apresentadas pelo antigo procurador Rodrigo Janot, precursor de Dodge no cargo. Ela foi nomeada por Temer em desrespeito à tradição criada por Lula de escolher sempre o mais votado da lista tríplice – na época, ele foi a segunda mais votada pelos colegas.
Aventa-se na imprensa que a procuradora tem a intenção de chegar ao STF. Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, colegas acreditam piamente que ela deseja ser nomeada. Outros colunista diz que os próprios ministros a consideram favorita a ocupar numa eventual aposentadoria de algum dos colegas. A ver.
Da Redação Agência PT de Notícias, com informações de G1 e O Globo.