“A senhora está deliberadamente confundindo autonomia e independência”, alertou Dilma Rousseff (PT) à candidata Marina Silva (PSB), em debate dos presidenciáveis da TV Globo, na madrugada desta quinta-feira (2). A presidenta Dilma, candidata à reeleição, confrontou a posição da pessebista sobre sua proposta de dar independência ao Banco Central.
“O que está escrito no seu programa é independência do Banco Central. Independente só os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Independência é dar quarto poder ao Banco Central”, alertou a petista.
Dilma disse ser primordial respeitar a autonomia do Banco Central, sem que seja necessário que sua soberania seja judicializada. Para a candidata do PT, a autonomia da instituição deve ser adotava pelos governos em defesa de uma política econômica de combate à inflação. “Quando se escolhe o presidente, se escolhe uma política econômica. Não é possível transferir essa escolha aos bancos”, afirmou.
Na oportunidade, a presidenta Dilma rebateu as insinuações da candidata do PSB de que faltaria à petista experiência política suficiente para governar um país. “Então uma pessoa que não fez carreira política não pode ser presidenta? Onde isso está escrito? Não é na Constituição”, declarou.
“Qualquer brasileiro pode ser presidente. O que tem que haver é competência”, completou.
Privatização – Ao direcionar sua pergunta ao candidato Aécio Neves, Dilma questionou a política de privatização do PSDB, amplamente defendida quando o candidato tucano era líder do partido no Senado. Até mesmo a hipótese de privatizar a Petrobras foi defendida na época. “Vocês praticamente entregaram a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil em uma situação extremamente precária”, citou, ao lembrar a prática de precarização das estatais com fins de interesse comercial e privatizador.
“Muito me espanta vocês tratarem com tanta leveza a questão das privatizações. Quando um funcionário do governo do seu partido disse, na época, que vocês estavam tratando as privatizações no limite da irresponsabilidade”, declarou Dilma.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias