Partido dos Trabalhadores

Na ONU, Dilma defenderá reforma no Conselho de Segurança

Ao discusar na abertura da 70ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), a chefe de Estado brasileira abordará a crise de refugiados e os crimes contra a humanidade cometidos na Síria

Nova Iorque - EUA, 24/09/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante abertura do Debate de Alto Nível da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff embarca nesta quinta-feira (24) para Nova York, nos Estados Unidos, onde participará da Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. Na ocasião, a chefe de Estado brasileira pretende, juntamente com os países do G4, formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia, defender a reforma do Conselho de Segurança da Organizações das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o subsecretário-geral de Política do Itamaraty, Fernando Simas, os líderes pretendem debater modelos de ampliação das categorias de membro permanente e não permanente. Serão discutidos também o poder de veto para os novos membros permanentes e a ampliação das representações dos não permanentes.

Sábado (26), a presidenta Dilma se reunirá com a chanceler alemã, Ángela Merkel, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da Índia, Pranab Mukherjee. O tema do encontro também será a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Antes, nesta sexta-feira (25), terá início a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, onde serão discutidos temas como a erradicação da pobreza e ações relacionadas a mudanças climáticas. Em briefing à imprensa, Simas adiantou que a presidenta falará sobre as metas do Brasil para a Conferência do Clima (COP21), que acontecerá em dezembro deste ano, na capital francesa.

“O anúncio feito pela presidenta vai ter uma grande repercussão porque será uma reiteração do nosso compromisso com a agenda da mudança do clima, mas com um olhar ainda mais ambicioso sobre aquilo que os países em desenvolvimento podem fazer”, afirmou o subsecretário-geral de Política do Itamaraty.

Cerca de 150 líderes mundiais irão participar das discussões. O objetivo é definir quais atitudes a comunidade internacional e os governos nacionais deverão tomar para melhorar a vida das populações ao longo dos próximos 15 anos. Questões como desigualdade, infraestrutura, energia, consumo, biodiversidade, oceanos e industrialização, estarão na pauta de discussões.

Sobre a erradicação da pobreza, a expectativa é que a presidenta Dilma apresente os resultados do Plano Brasil Sem Miséria que, no final de 2014, possibilitou a saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

O Bolsa Família, considerado o maior programa de transferência de renda no mundo, e que garantiu as políticas de redução da pobreza e da desigualdade, também será citado por Dilma. “Os programas de inclusão e proteção social que são extremamente exitosos na experiência brasileira” deverão ser enaltecidos pela presidenta, confirmou Simas.
 
“É absolutamente legítimo que o Brasil faça uma defesa de seu próprio desempenho a luz das metas e indicadores que nós estamos adotando no âmbito das nações unidas”, completou.

No domingo (27), a presidenta participará de um almoço oferecido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, junto com os líderes de Peru, Ollanta Humala, e França, François Hollande. O encontro tratará, entre outros assuntos, da COP21.

No mesmo dia, Dilma fará um discurso na Cúpula de Desenvolvimento e antecipará alguns pontos da Contribuição Prevista Determinada em Nível Nacional (INDC) que o Brasil apresentará na COP21 de Paris.

No dia seguinte, a chefe de Estado brasileira discursará na abertura da 70ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). A Anistia Internacional solicitou à presidenta que aborde a crise de refugiados. O pedido foi divulgado pelo site do movimento. O documento reforça a necessidade da presidenta brasileira debater a crise dos refugiados.

“Ambas violações de direitos humanos – a crise dos refugiados e os crimes contra a humanidade cometidos dentro da Síria – devem ser objeto do mais alto nível de debate na Assembleia Geral das Nações Unidas”, diz o texto.

“Consideramos que ao apresentar propostas de enfrentamento contundente e pacífico destas violações de direitos humanos, o Brasil mostra ao mundo que cada vez tem mais credenciais morais e políticas para ser convocado a estar no centro das decisões estratégicas sobre a segurança internacional”, reforça o ofício.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias