O candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), que tem como vice a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), começou a semana com ações importantes e inéditas em disputas eleitorais na capital paulista.
Na manhã desta segunda-feira (21), ele fez o lançamento da Caravana da Virada, que vai percorrer todas as regiões da cidade, com transmissão pelas redes sociais. Carregando uma mochila, Boulos iniciou as atividades em frente ao prédio da prefeitura e comunicou que só retornará para casa no final de semana. E mais: anunciou que dormirá na casa de alguns eleitores para conversar sobre seu projeto de transformar São Paulo em uma cidade mais humana e com oportunidades para todos.
Ainda em frente à prefeitura, Boulos também lançou a Carta ao Povo de São Paulo, que ele leu no local. No documento, o candidato reforça o compromisso de realizar um governo de diálogo e de defender valores e princípios de uma política de promoção do bem comum e da justiça social.
“Venho aqui, de coração aberto, para falar com vocês. Eu nasci, cresci e formei minha família na nossa cidade. Tive a oportunidade de viver os dois lados da ponte. O que sempre me moveu, desde menino, quando fui atuar junto com as pessoas sem-teto, foi o sentimento de indignação com as injustiças e a convicção de que é possível vivermos numa sociedade melhor”, diz o início da carta. “Como pode uma cidade tão rica ter gente com fome? Como pode ter tanta gente nas ruas? Como pode termos bairros com a qualidade de vida da Suécia e outros, com a dos países mais pobres do mundo? Essas inquietações são minhas, dos que caminham ao meu lado e, tenho certeza, também são suas”.
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Na carta, o candidato afirma também que São Paulo tem um risco e uma oportunidade nestas eleições. “O risco é deixar um prefeito fraco e omisso levar nossa cidade ao caos. Quando o governo é fraco, os verdadeiros vilões tomam conta. Foi assim que o pior da nossa política se apoderou do orçamento de São Paulo, do nosso dinheiro, com esquemas que todos nós estamos vendo na imprensa. Foi assim que o crime organizado se infiltrou no transporte público e em cargos de alto escalão da Prefeitura. Já vimos esse filme em outras cidades do país. E não acaba bem”, afirmou.
Vira voto 24 horas
Antes de ler a carta, Boulos enfatizou o esforço pelo vira voto 24 horas por dia. “Vou virar voto 24h por dia até se abrirem as urnas porque acredito nessa vitória. O que me move não é apenas ganhar a eleição, é uma missão, são valores, são princípios, e por acreditar que a política é o instrumento mais poderoso que a gente tem de fazer uma sociedade mais justa e mais humana. Não estamos na política por dinheiro ou privilégios, mas porque acredito que a sociedade pode ser mais humana. Isso me move a lutar 24h por dia para que a gente vire esse jogo”, assinalou, ao destacar, antes de seguir para a sabatina do portal Uol, sua profunda confiança na virada nos próximos dias.
“São viradas históricas. A dois dias da eleição, Luíza Erundina aparecia em terceiro lugar nas pesquisas. Quando abriu as urnas ela foi eleita a primeira mulher e a primeira mulher de esquerda a governar a maior cidade da América Latina”, afirmou Boulos.
Em sua conta na rede BlueSky, ele comunicou sobre a caravana que nesta segunda-feira (22) percorreu a Zona Norte. “Vamos fazer várias entradas ao vivo lá no meu Instagram. Vale a pena acompanhar”, postou o candidato do PSOL.
Nossa caravana da virada já está na rua! Hoje, vamos rodar a zona norte de ponta a ponta, virando voto. Vamos fazer várias entradas ao vivo lá no meu Instagram. Vale a pena acompanhar.
— Guilherme Boulos (@guilhermeboulos.bsky.social) Oct 21, 2024 at 12:27
Campanha a todo vapor
Na noite de terça-feira (22), Boulos participará de evento com o vice-presidente Geraldo Alckmin, no Teatro Gazeta, e, em seguida, dormirá na casa de eleitores no bairro do Grajaú. Na quarta-feira (23), cumprirá agendas na Zona Sul. Na quinta (24), percorrerá a Zona Leste. Sexta-feira (25) será a vez da Zona Oeste e também do debate da TV Globo à noite. “Se nosso adversário tiver coragem”, disparou.
Novas denúncias
Boulos prometeu novas denúncias no horário eleitoral contra seu concorrente, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ele adiantou que há muitas ainda não publicadas, que evidenciam envolvimentos suspeitos de seu oponente.
Na sabatina do portal Uol nesta segunda-feira (21) Boulos disse que enfrenta um “projeto de direita e extrema direita” que mira as eleições presidenciais de 2026, ancorado em interesses econômicos. Ele reafirmou suas críticas a Ricardo Nunes, o qual define como “fantoche” do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e disse que a extrema direita quer derrotar o presidente Lula em 2026 com um “bolsonarismo sem Bolsonaro”.
Povo quer mudança
Os perfis de Guilherme Boulos em plataformas como Instagram e YouTube transmitiram pronunciamento em frente à Prefeitura, quando ele afirmou que o povo quer mudança e criticou as tantas mentiras que deixaram o povo “com pulga atrás da orelha” no primeiro turno.
“Com essa carta queremos dialogar com cada uma e cada um, mostrar que não precisam ter medo”, disse o candidato da coligação Amor por São Paulo, que, na rede social BlueSky, postou trecho de sua fala no debate da TV Record/Estadão na noite de sábado (19).
“Eu peço a vocês que não se deixem amedrontar por mentiras e ataques. Apostem na mudança. Eu trouxe a Marta para ser minha vice, juntei um time de especialistas, estudei soluções internacionais e tenho uma experiência de vida de conviver com as pessoas”, postou.
Eu peço a vocês que não se deixem amedrontar por mentiras e ataques. Apostem na mudança. Eu trouxe a Marta para ser minha vice, juntei um time de especialistas, estudei soluções internacionais e tenho uma experiência de vida de conviver com as pessoas. #Boulos50 #DebateRecordEstadão
— Guilherme Boulos (@guilhermeboulos.bsky.social) Oct 19, 2024 at 23:18
Boulos reafirmou o compromisso com a população e baixa renda e destacou que “a Prefeitura de São Paulo vai reconhecer o seu esforço e te oferecer oportunidades”. Prometeu fazer o “Gabinete na Rua” para ouvir as pessoas, pediu que não desistam da mudança que aponta para uma cidade mais humana, onde a “solidariedade não seja destruída pela indiferença”.
Para ler a íntegra da Carta ao Povo de São Paulo, clique aqui.
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Da Redação