A última pesquisa Datafolha revelou a pior marca de desempenho do governo Bolsonaro com aprovação de apenas 24% dos brasileiros. A pesquisa mostrou também um grande índice de rejeição: 54% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum, enquanto Luis Inácio Lula da Silva lidera a corrida para a Presidência no pleito de 2022.
As mulheres são as que mais desaprovam o governo Bolsonaro em relação aos homens. No recorte por faixa etária, o governo possui o pior desempenho entre os cidadãos mais jovens. Entre pessoas com 16 a 24 anos, apenas 13% acham a gestão ótima ou boa. O maior índice de aprovação é encontrado na faixa dos que têm 60 anos ou mais, em que 29% expressam opinião positiva.
“O ‘EleNão’ é a demonstração concreta de que as mulheres estão na vanguarda da luta por uma sociedade mais justa e humana. Em 2018, elas já foram às ruas porque souberam avaliar os males que Bolsonaro causaria ao país. Três anos depois e quase meio milhão de mortos por conta da pandemia, elas seguem desaprovando e em luta contra esse genocida”, avalia Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.
De fato, em agosto de 2018, a própria pesquisa Datafolha revelou que Bolsonaro era o candidato mais rejeitado entre o eleitorado feminino. Cerca 43% das mulheres entrevistadas não votariam no militar de “de jeito nenhum”. Tal fato se revelou nas manifestações que ocorreram no final do mês de agosto, em que mais de um milhão de pessoas participaram das mobilizações das mulheres contra o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. Os atos da campanha #EleNão foram organizados em mais de 260 cidades brasileiras.
No recorte geográfico, as regiões Nordeste (51%) e Sudeste (47%) registraram os maiores índices de “ruim ou péssimo”. Na população negra, o cenário não é diferente. Mais de 50% dos eleitores que se declararam pretos responderam “ruim ou péssimo” para o desempenho do governo. Já os brancos dão à gestão de Bolsonaro o maior percentual de ótimo ou bom (27%), taxa semelhante à que ocorre entre os pardos (24%). Entre os pretos, são 18%.
“Esses dados refletem a resposta das pessoas aos ataques do governo contra direitos civis, sociais, trabalhistas e à democracia. Nesse grupo, as mulheres e as mulheres negras são as mais prejudicadas pois seguem com suas jornadas extensivas, enquanto enfrentam a pandemia, o descaso das autoridades e a escalada da violência em todos os âmbitos: doméstico, social e político”, finalizou Anne Moura.