O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira da abertura da 7ª reunião de cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), na Argentina. Em seu discurso, o presidente do Brasil voltou a defender a integração regional, tendo com base alicerce da confiança entre as nações. “Nada deve nos separar já que tudo nos aproxima”, afirmou Lula ao fim de seu discurso, e no qual enalteceu a busca por respostas coletivas frente a desafio globais.
A viagem à Argentina é o primeiro evento internacional de seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Em seus encontros, Lula faz questão de enaltecer o espírito de solidariedade que o continente precisa ter frente à importância da América Latina e o papel de parceiro que o Brasil tem a desempenhar na integração e busca de solução a problemas comuns aos países da região.
O presidente Lula, ao longo de sua fala, mostrou o quanto seu futuro governo respeita organismos e instituições internacionais. Ao citar importância da Celac durante a pandemia, com o fortalecimento de vacinas, defendeu a contribuição e integração com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e a Organização Mundial de Saúde. “Temos muito a contribuir com esses organismos.”
Leia o discurso do presidente Lula, na abertura da VII Cúpula da Celac
A participação na transição energética global foi outro ponto importante abordado pelo presidente brasileiro. “Temos matrizes energéticas diversificadas e potencial de crescimento em energias renováveis e limpas”, discursou.
E como exemplo falou que o Brasil tem alguns dos principais biomas. “Dispomos de recursos naturais estratégicos, como minerais críticos, e conservamos parte significativa da biodiversidade do planeta, chave para o futuro da humanidade.”
O presidente Lula aproveitou o encontro com diversos chefes de Estado para pedir apoio à reivindicação do Brasil para sediar a COP-30, em 2025, e disse que pretende realizar uma Cúpula dos Países Amazônicos.
Sem que as nações se fechem ao mundo, afirmou que os países da região devem liderar as discussões “com soberania” quanto a iniciativas para cuidar da floresta amazônica, presentes no Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. “A região pode dar clara contribuição na construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, multilateralismo e construção coletiva da multipolaridade.”
Lula fez questão de mostrar ao mundo que é essencial para a América Latina aprofundar diálogo com a União Europeia, China, Índia, Asia e África. “Crises mundiais demonstram valor da integração. A pandemia evidenciou esses riscos associados à dependência que temos de insumos para o bem-estar de nossas sociedades. Não vamos nos fechar para o mundo. Essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região”, pontou Lula.
A sétima cúpula da Celac foi aberta pela presidente da Argentina, Aberto Fernández, com quem Lula participou de várias agendas no dia anterior. “Temos de trabalhar pela institucionalidade da nossa região. A democracia está em risco e não podemos permitir que a direita coloque em risco os nossos povos. Vimos isso na Bolívia, com Luis Arce, [e no Brasil], quando a loucura tomou as ruas de Brasília. E vimos isso na Argentina, (quando tentam matar nossa vice-presidenta Cristina Kirchner)”, disse o presidente argentino.
Veja a agenda completa do presidente Lula na Argentina
Durante a tarde, o presidente Lula manteve encontros bilaterais com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, com o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e com a Primeira-Ministra de Barbados, Mia Mottley.
A Celac reúne, além do anfitrião argentino Alberto Fernández, os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, do Paraguai, Mario Abdo Benítez; do Chile, Gabriel Boric; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; e da Colômbia, Gustavo Petro, entre outros.
Da Redação