O presidente Lula, junto com uma comitiva de ministros, embarcou para Santa Maria, na manhã desta quinta-feira (2), para acompanhar de perto as ações do governo federal em apoio ao Rio Grande do Sul, que está em situação de calamidade pública devido a fortes chuvas.
Logo após o desembarque, a comitiva federal participou de uma reunião com o governador Eduardo Leite, a Defesa Civil e representantes do governo do estado e de prefeituras para coordenação das operações de resgate. “Unidos para salvar vidas. #ForçaRS”, escreveu o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, que divulgou um vídeo da reunião nas redes sociais.
Lula havia comunicado ao governador a intenção de visitar o estado durante um telefonema, na quarta-feira (1). O presidente disse que, naquele momento, aeronaves e equipes de resgate já estavam à disposição e que não há limites nos esforços para socorrer a população gaúcha.
“Nós vamos colocar no Rio Grande do Sul quantos homens for necessário para ajudar, não tem limite da gente colocar não. Se for só 30, vamos mandar, 60, 90, 100, não tem limite de pessoa para a gente mandar para ajudar”, assegurou o presidente.
Ainda no telefonema, Lula acrescentou que, conforme informações do Ministério da Defesa, oito helicópteros já estavam prontos para decolar, aguardando apenas a melhora das condições meteorológicas para o voo. Ele disse também que viajaria ao estado “para que a gente possa ajudar de forma efetiva a diminuir o sofrimento desse povo”.
Após conversar com Lula, Eduardo Leite falou da importância da ajuda federal, em postagem nas redes sociais. “Falei agora por telefone com o presidente Lula, que assegurou o apoio do governo federal. Tenho certeza que poderemos contar com essa união de esforços para o resgate da população afetada, que é a nossa prioridade absoluta neste momento”, disse.
A primeira conversa entre Lula e Eduardo Leite ocorreu na terça-feira (30), quando o governador solicitou apoio federal. A Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada e colocou helicópteros à disposição. De acordo com a FAB, uma família foi resgatada de uma casa que estava ficando submersa na região de Candelária e levada até Santa Cruz.
De acordo com o Ministério da Defesa, 335 militares participam das ações de apoio à população gaúcha, no resgate de pessoas ilhadas, na distribuição de água, alimentos e donativos, na recuperação de infraestrutura danificada, na montagem de barracas para desabrigados e fornecimento de colchões. Foram disponibilizados também 12 embarcações, oito helicópteros e 43 viaturas.
União e liderança
Na manhã de hoje, antes de embarcar para Santa Maria, o ministro Paulo Pimenta divulgou um vídeo nas redes sociais, afirmando que o objetivo da viagem é “reforçar o apoio do governo federal às famílias que estão precisando de ajuda neste momento”. “Vamos atravessar mais esse momento triste do nosso estado juntos”, acrescentou.
Pimenta também orientou a população do estado a evitar deslocamentos desnecessários e a seguir as orientações da Defesa Civil, devido à previsão de mais chuvas.
“A hora é de a gente ter um grande esforço de união, de capacidade de trabalho, de serenidade, não entrar em pânico, não entrar em desespero. A autoridade pública tem que ter capacidade de liderança, serenidade e determinação para saber o que deve ser feito. É isso que a gente está fazendo. Então gente, daqui um pouco mais eu vou estar com vocês aí no estado junto com o presidente Lula”, afirmou.
Em uma outra manifestação, Pimenta disse que “não vai faltar efetivo, não vai faltar apoio” e que, nesse primeiro momento, a prioridade do governo federal é prestar ajuda humanitária para, posteriormente, atuar junto com a Defesa Civil do Estado e dos municípios no trabalho de limpeza, reconstrução e apoio.
“Apoio total do governo federal, presença total do governo federal”, afirmou o ministro, sublinhando que a ida de Lula ao estado “é, mais do que nunca, essa demonstração de responsabilidade e compromisso com o Rio Grande”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) também destacou a ajuda federal à população gaúcha.
“O presidente Lula está indo ao Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas. Os governos federal e estadual irão trabalhar em conjunto. A prioridade imediata é salvar vidas e assegurar a segurança da população. Dez mortes foram confirmadas, pelo menos 21 pessoas estão desaparecidas e 4,4 mil estão desalojadas. O governador Eduardo Leite decretou estado de calamidade pública”, disse, nas redes sociais.
Em 2023, o mesmo apoio
Os temporais que castigam o Rio Grande do Sul desde terça-feira (29) já causaram estragos em mais de 70 municípios. O estado vem sofrendo com ciclos cada vez mais recorrentes de intempéries climáticas.
O empenho do governo federal em prestar todo o apoio necessário ao Rio Grande do Sul é o mesmo de setembro do ano passado, quando enchentes provocadas por fortes chuvas fizeram transbordar o Rio Taquari, em uma das piores cheias em décadas, e deixaram um rastro de destruição, perdas materiais e de vidas.
Naquela ocasião, além de equipes e equipamentos de resgate, Lula determinou a liberação de R$ 741 milhões de diferentes ministérios em socorro aos municípios gaúchos atingidos.
Além disso, um empréstimo de R$ 1 bilhão foi concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar na recuperação econômica das cidades afetadas. Também foram liberados R$ 600 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para atender 354 mil trabalhadores.