O segundo leilão de energia de reserva deste ano, agendado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para 13 de novembro, não corre riscos. É o que pensa o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
Em declaração à Comissão de Infraestutura do Senado, na tarde de quinta-feira (10), ele afirmou que nem o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standart & Poors (S&P) será capaz de conter o interesse dos investidores pelos projetos de geração eólica (energia dos ventos) e solar fotovoltaica (extraída do calor do sol) incluídos na licitação.
O otimismo da EPE decorre do número de projetos em disputa, mais de 1,3 mil, dos quais 730 de energia eólica e 649 de solar. O leilão pretende disponibilizar quase 39 mil megawatts (MW) de capacidade instalada.
“O sucesso já está garantido”, assegurou Tolmasquim aos senadores. A audiência pública foi realizada na sede da empresa, no centro do Rio de Janeiro e foi registrada pela agência de notícia especializada, Canal Energia.
“Acho que o rebaixamento não afeta em nada esse leilão. Não tenho nenhum receio de ter algum problema. Esse rebaixamento não afeta absolutamente nada”, apostou Tolmasquim, ao falar sobre o limite de preço das licenças a serem leiloadas.
“O que a gente vai calibrar (dosar) é o preço-teto, mas não por causa da agência. Faremos por conta de outros fatores, em função de questões como o nível de financiamento, a taxa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o valor do dólar”.
Ele admitiu, no entanto, que questão cambial poderá impactar o leilão, devido ao fato de parte dos componentes dos painéis solares fotovoltaicos e dos aerogeradores ainda ser importada. Os estados nordestinos, pela localização geográfica propícia à ensolação intensiva, lideram o segmento de produção eólica no país.
A Bahia tem 243 projetos de energia eólica e 192 de solar, somando uma capacidade de geração de quase 12,1 mil MW. O Rio Grande do Norte, com 184 eólicos e 97 solares, pode gerar até quase 7,65 mil MW, enquanto o Piauí, 4,25 MW e, o Ceará, 3,33 mil MW, informa a Agência Brasil.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias