Apaixonado por futebol, como a imensa maioria dos brasileiros, o ex-Presidente Lula, disse recentemente que trabalhou intensamente para que a Copa do Mundo de 2014 fosse realizada no Brasil e que não o fez apenas por razões econômicas ou políticas, ou pelo que significa para nós brasileiros sediar a Copa do Mundo, mas pelo que o esporte representa para a paz, para a fraternidade e a felicidade das nações.
O futebol arrebata países de todas as etnias e culturas de todos os continentes do planeta, fez do Brasil uma “Pátria de chuteiras”, assim denominada por Nelson Rodrigues, um dos nossos maiores dramaturgos, pela paixão que esse esporte desperta nos brasileiros.
Juntamente com nossa música popular, o futebol foi de fundamental importância para elevar nossa autoestima e nos projetar no cenário internacional. Mostrou-nos ao mundo como uma nação de povo alegre, sobretudo, criativo e acolhedor.
Mas essa oportunidade rara de projeção do Brasil no plano internacional vem sendo solapada pela oposição e pela parte da imprensa que serve a ela. Tentam tirar o brilho da festa, minguar a alegria de nossa gente distorcendo ou omitindo informações.
A escolha da realização da Copa do Mundo pela oposição como aposta para tentar desgastar a imagem do governo prejudica o Brasil.
E se presta a isso justamente no momento em que nos tornamos referência internacional na erradicação da pobreza extrema (37 milhões de pessoas), na redução da desigualdade em tempo recorde, como considerou a ONU, e na inclusão social.
A oposição joga contra o Brasil na Copa, exatamente no momento em que somos observados por diversos países do mundo por termos enfrentado a grande crise internacional e nos saído muito bem, com a criação de empregos e proteção às famílias.
Na obsessão pelo desgaste do governo, a oposição despreza o fato que países como o Uruguai, o Chile, o México, a Argentina, a África do Sul e o próprio Brasil já sediaram a Copa do Mundo com sucesso.
Não leva em consideração que somos o país do futebol, que, entre 1958 e 2010, o Brasil conquistou cinco campeonatos mundiais. Somos até agora a nação com maior número de títulos conquistados e a única seleção a participar das 19 edições da Copa do Mundo.
A procura de ingressos é um sucesso, foram comprados 11 milhões de bilhetes por torcedores de mais de 200 países. Um recorde, segundo os organizadores do evento. Desse total, 50 mil ingressos serão destinados a operários envolvidos na construção ou reforma dos 12 estádios da competição; mais 50 mil serão distribuídos para beneficiários do Programa Bolsa Família e para representantes dos povos indígenas.
Além da importância política e cultural, nossa economia também ganha com a Copa. Estudos de várias instituições indicam que haverá um acréscimo de cerca de R$ 30 bilhões ao PIB em 2014. Foram investidos R$ 17,6 bilhões em infraestrutura; gerados 14,4 milhões de empregos, o equivalente a 180 Maracanãs lotados; estão previstos 600 mil turistas.
A oposição tem dito, injustamente, que ao invés de investir em estádios os recursos deveriam ser aplicados em educação e saúde. Essa afirmação precisa ser corrigida. A oposição não deveria omitir que em 2013 o governo federal investiu R$ 101,9 bilhões na educação e R$ 83 bilhões na saúde. E que o governo não pagou pelos estádios. Emprestou dinheiro e vai receber de volta.
Foram investidos R$ 8 bilhões nos estádios. Desse valor, R$ 4 bilhões do governo federal em empréstimos do BNDES, que corresponde a 0,5% do total que o banco desembolsou desde 2010; o empréstimo será devolvido com juros e correção monetária em 180 meses; a cada R$ 1 aplicado pelo setor público na Copa, R$ 3,40 são investidos pela iniciativa privada.
Pesquisa realizada pela Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas mostra que a Copa das Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao PIB brasileiro em 2013. Lembrando que o PIB total do país foi de R$ 4,84 trilhões no ano passado.
Segundo o estudo, o evento movimentou R$ 20,7 bilhões nas cidades-sede e gerou o equivalente a 303 mil empregos em todo o país. Desse total de investimentos, R$ 11 bilhões se referem a gastos de turistas, do Comitê Organizador Local e de investimentos privados e públicos.
Dos R$ 9,7 bilhões, 58% ficaram nas cidades-sede e 42% foram distribuídos pelo restante do país. O impacto do torneio não se restringe aos locais, mas em todo o Brasil.
Portanto, se sediar a Copa do Mundo não fosse algo de grande importância para o país e para o mundo, como tenta a oposição impingir ao povo brasileiro, não haveria disputa tão acirrada entre os países para sediar o evento.
Newton Lima é doutor em engenharia, ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), ex-prefeito de São Carlos, deputado federal pelo PT-SP e presidente da Representação Brasileira do Parlamento do Mercosul.