Em seu discurso na abertura do 12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, na quinta-feira (26), a ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, comentou o avanço do neoliberalismo em países latino-americanos e como o acesso à saúde é afetado pela desigualdade social, de gênero e raça.
Ela também falou sobre a prisão política do ex-presidente Lula. O evento, que debate o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) vai até domingo (29) e pretende elaborar propostas que viabilizem melhorias no atendimento à saúde pública no Brasil.
“A ofensiva de alguns setores conservadores contra o sistema único de saúde não deve ser menosprezada. Muitas vezes pela desculpa de melhoras na gestão, esconde-se consequência de muito peso”, afirmou, para uma plateia de cerca de 10 mil pessoas, acrescentando a necessidade do avanço da resistência para o fortalecimento da saúde púbica.
Ao final, a ex-presidenta integrou-se a um protesto que pediu a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantido como preso político em Curitiba para não disputar as eleições.
Autoridades, representantes das áreas de pesquisa e ensino e profissionais de saúde de diversas formações, do Brasil e do exterior, que também estavam presentes no evento lembraram os 30 anos de promulgação da Constituição Federal, que instituiu o SUS como direito de todo brasileiro.
Entre eles, a diretora da Organização Mulheres de Atitude Manguinhos, Patrícia Evangelista, levantou a perspectiva das populações periféricas. “Não dá para excluir a favela desse debate, aquela que realmente é usuária do SUS e pra quem ele nasceu”, declarou.
Veja reportagem da TVT sobre a visita: