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No Café PT, especialista do partido destaca a segurança das urnas eletrônicas

Integrante do Setorial Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do PT, Luis Roberto Vieira detalhou os mecanismos que garantem a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro

Reprodução/TvPT

Vieira ressaltou que todo o processo de auditoria é público e que qualquer cidadão pode participar, seja como representante de partido ou como membro de entidades civis

As urnas eletrônicas brasileiras sempre foram alvo de questionamentos, especialmente em momentos eleitorais mais acirrados. No Café PT desta segunda-feira (23), o tema foi a segurança do processo eleitoral, discutido com Luis Roberto Vieira, integrante do Setorial Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do PT/DF.

Vieira fez uma análise detalhada sobre como o sistema funciona e por que ele é auditável e confiável. Com a proximidade das eleições legislativas de 2024, o Café PT destacou a importância de desmistificar informações falsas e reforçar o entendimento público sobre a segurança da votação eletrônica.

Histórico das urnas e evolução tecnológica

Durante a entrevista, Vieira explicou que o desenvolvimento das urnas eletrônicas começou ainda na década de 1940, mas foi em 1994 que a Justiça Eleitoral começou a considerar seriamente a implementação do voto eletrônico, após o recadastramento eleitoral.

A primeira eleição com urnas eletrônicas ocorreu em 1996, em Santa Catarina, como um teste-piloto, e desde então o sistema vem sendo aprimorado a cada pleito.

“Há um processo constante de aprimoramento, sempre com base em análises detalhadas do que funciona e do que precisa ser melhorado,” destacou.

Ele enfatizou que, hoje, o sistema é um dos mais auditáveis do mundo. Cada urna pode ser verificada desde o código-fonte até o Boletim de Urna (BU), garantindo transparência em todas as etapas.

Vieira afirmou que a auditoria das urnas é a principal garantia de segurança do sistema. Ele relembrou a experiência de universitários da Universidade de Brasília (UnB) que, anos atrás, foram convocados para revisar o código-fonte das urnas. Hoje, com a ajuda da inteligência artificial (IA), o processo de auditoria se tornou ainda mais ágil e preciso.

“Com a IA, conseguimos revisar o código-fonte de forma muito mais rápida do que com a análise manual. O que antes levava horas, agora pode ser feito em minutos,” explicou o especialista.

Ele ressaltou ainda que todo o processo de auditoria é público e que qualquer cidadão pode participar, seja como representante de partido ou como membro de entidades civis. A cerimônia de lacração e assinatura digital, bem como a geração das mídias que alimentam as urnas, são eventos abertos à fiscalização.

Transparência e combate à desinformação

Outro assunto destacado por Vieira foi o combate à desinformação sobre o sistema eleitoral. Ele ressaltou que as pessoas precisam ser críticas em relação às informações que recebem, especialmente nas redes sociais, onde notícias falsas sobre fraudes eleitorais são amplamente disseminadas.

“Essas pessoas que espalham desinformação não estão apenas desacreditando a urna eletrônica, mas também minando a confiança na informação, que é o bem mais precioso que temos hoje”, alertou.

O especialista chamou atenção para a gravidade desse tipo de atitude, afirmando que ao destruir a credibilidade da informação, essas pessoas estão prejudicando a sociedade como um todo. “É uma destruição que não traz benefícios para ninguém”.

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Voto impresso

Vieira também abordou um tema recorrente nas discussões eleitorais: a proposta do voto impresso. Segundo ele, a impressão do voto é uma etapa desnecessária que, além de atrasar o processo eleitoral, não adiciona qualquer valor em termos de segurança. Ele explicou que a apuração paralela realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já garante que o que foi votado é o que será computado.

“Quem defende o voto impresso que uma prova de que o que entrou no sistema é o que saiu. Mas essa prova já existe no sistema atual, e a impressão do voto só criaria mais riscos logísticos, especialmente em regiões isoladas do Brasil”, afirmou.

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Auditoria do processo

O processo de auditoria das urnas vai além da verificação do código-fonte. No dia da eleição, por exemplo, há o “teste de integridade”, onde algumas urnas são sorteadas para verificação pública de que o voto computado é o mesmo que foi digitalizado. Há também a “Zerésima”, documento emitido no início da votação que comprova que a urna não contém nenhum voto antes do início do pleito.

Após a votação, qualquer pessoa poderá verificar o Boletim de Urna, que está afixado na porta da seção eleitoral e também disponível pelo aplicativo “Boletim na Mão”. Esse sistema permite acompanhar em tempo real a apuração dos votos, garantindo total transparência.

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Alerta para fraudes humanas

Vieira fez um alerta importante para os candidatos nas eleições legislativas de 2024, especialmente aqueles que concorrem a cargos de vereador.

Ele explicou que, embora a urna eletrônica seja totalmente segura, ainda pode haver fraudes humanas por parte de meses, especialmente no caso de votos de eleições faltosos.

“O candidato precisa ficar atento e não sair da votação local até que o Boletim de Urna seja emitido”, aconselhou. Vieira explicou que fraudes dessa natureza, embora raras, podem ocorrer no final da votação, quando messários mal-intencionados podem votar pelas eleições que não compareceram.

Engajamento da militância na fiscalização

No fim da entrevista, Vieira deixou um recado para a militância do PT, pedindo para que todos se envolvessem no processo eleitoral, especialmente na fiscalização.

Ele lembrou que qualquer irregularidade pode e deve ser comunicada aos órgãos responsáveis, e que a presença de fiscais até o final da votação é fundamental para garantir a lisura do processo.

“Nosso sistema é seguro, mas precisa de fiscalização constante. Então, eu peço à militância que participe ativamente, que fique até o final da votação e ajude a garantir que o processo ocorra de maneira correta”.

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Da Redação