O ministro da Educação, Renato Janine, foi o entrevistado da edição de terça-feira (25) do “Programa do Jô”. Entre os vários assuntos abordados, o ministro falou de verbas para a educação, de projetos desenvolvidos pelo MEC, como os de produção de biografias e de estímulo à leitura, de ética na política e do “notável” legado para a educação deixado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Janine esclareceu que o MEC não está entre os ministérios que serão extintos pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. “Nosso ministério não será cortado. Estamos fazendo o máximo com pouco dinheiro. O que temos feito é tentar usar a inteligência e melhorar projetos”, disse o ministro.
Uma das alternativas do MEC para desenvolver projetos com poucos recursos, de acordo com o ministro, é o de estimular a produção de biografias. Para Janine, além de ser uma iniciativa barata, ela vem ao encontro da demanda de personagens brasileiros sem biografia e o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter permitido a livre produção de biografias. O projeto é desenvolvido via Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão do ministério.
“Tem algumas biografias ótimas, mas falta muita biografia. Por exemplo, a Princesa Izabel, você conhece alguma biografia boa? A gente fala que a Dilma é a primeira mulher a governar o Brasil, mas a gente esquece que a Izabel foi a primeira”, contou Janine.
Janine aproveitou a apresentação do livro de sua autoria, “Ética na Política”, para revelar uma iniciativa do MEC de combate à corrupção. De acordo com o ministro, a ação orienta em como os servidores do órgão podem identificar e denunciar o uso privado do bem público.
“O Brasil é um país onde tem uma tradição muito antiga dos ricos utilizarem uma coisa pública em proveito próprio. Então, a gente tem de criticar isso, tem de educar para dizer que essas coisas não podem ser feitas”, declarou Janine.
Para o ministro, o Brasil precisa ampliar a prioridade para a educação básica. Há uma supervalorização da educação superior, em detrimento da formação pré-escolar. A formação universitária está consolidada, mas, para ele, “quando chega ao nível da creche, é muito difícil defender”.
“Você pode ter reclamação porque o bandejão não está bom, e nem é o curso universitário, mas o bandejão. Se você deixar de construir creches, provavelmente você não vai ter revolta. Isso é uma mudança de atitude que o País tem de ter”, ressaltou o ministro.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias