Entrevistado na noite desta segunda-feira (16) por jornalistas da bancada do Roda Viva, da TV Cultura, Michel Temer (MDB) admitiu que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe. “Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, disse o emedebista, que assumiu a presidência após a queda de Dilma em 2016. Temer não se preocupou em usar o termo “golpe” mais de uma vez durante a entrevista, algo que nunca tinha feito, e ainda revelou que tentou impedir o avanço do processo do impeachment após um telefonema do ex-presidente Lula. “Eu não era adepto do golpe, apenas assumi a Presidência da República pela via constitucional e eleitoral depois do impedimento”, alegando isenção no processo do golpe.
Durante a entrevista, Temer disse que nunca imaginou que viraria presidente por conta de um processo de impeachment de Dilma. Logo em seguida, foi questionado por Ricardo Noblat sobre ter conspirado de algum jeito para o golpe. “Nem um pouquinho?”, perguntou o jornalista. Temer voltou a dizer que não. O emedebista disse ainda que, se Lula tivesse assumido como ministro da Casa Civil de Dilma na época, o impeachment poderia não ter acontecido. “Ele tinha bom contato com o Congresso”, afirmou.
Janaína Paschoal também admitiu golpe
Na semana passada, outra peça fundamental para execução do golpe também se manifestou confessando que o processo de impeachment de Dilma não foi um processo justificado. Janaína Paschoal (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma, escreveu no Twitter “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, admitindo que a ex-presidenta não cometeu crime de responsabilidade. Janaína afirmou ainda que as supostas “fraudes contábeis” serviram para encobrir outros desvios, porém, a deputada estadual não demonstrou ter provas ou argumentos consistentes sobre essa afirmação.
A postagem foi imediatamente respondida por centenas de leitores, entre eles o jornalista Fábio Pannunzio, que recentemente desligou-se da rede Band e, em entrevista ao portal Brasil 247, se disse arrependido de ter participado da armação midiática para derrubar a presidenta democraticamente eleita. “Janaína dizer isto é o mesmo que Bush admitir que mentiu sobre armas químicas para justificar a guerra ao Iraque. Ela é a patronesse do impeachment. Assim, somos obrigados a reconhecer que Dilma foi, sim, vítima de uma armação para derrubá-la. De um golpe clássico. A farsa acabou.”
Da Redação da Agência PT de Notícias