O governo do Rio Grande do Sul, comandado por Ivo Sartori (PMDB), anunciou, na última semana, que os salários dos servidores estaduais será dividido em três parcelas. A decisão do governo provocou uma crise entre os funcionários do estado.
Desde então, os servidores começaram a realizar manifestações contra a proposta do governo. Em nota, entidades ligadas aos policiais militares e aos bombeiros recomendaram a população a não sair de casa na segunda-feira (3), pois eles não deixariam os quartéis e delegacias.
De acordo com o secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, o pagamento de julho será dividido em três datas de agosto. No último dia útil de julho, os servidores públicos receberam R$ 2.150,00.
A outra parcela do vencimento, de R$ 1 mil, será depositada em 13 de agosto. O restante, para aqueles que recebem mais de R$ 3,15 mil será pago entre os dias 20 e 25 de agosto.
Além de ter parcelado os salários dos servidores públicos, o governo Sartori informou que pretende enviar, até sexta-feira (7), um pacote de medidas de ajuste nas contas.
A paralisação dos servidores públicos do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (3), foi lembrada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que manifestou solidariedade aos representantes de cerca de 40 categorias – entre eles policiais, professores e funcionários da saúde – que tiveram os salários parcelados em até três vezes pelo governo estadual.
“Quero externar minha solidariedade, como sempre fiz, a esses trabalhadores e trabalhadoras, verdadeiros alicerces da máquina pública do meu estado do Rio Grande do Sul. Meus respeitos aos seus familiares. É uma situação, de fato, constrangedora, lamentável”, disse o senador.
Paim afirmou que é “inadmissível” os servidores receberem apenas parte do salário no final do mês. “O que fará um servidor, um pai de família? Como ficam suas contas? Uma mãe de família? Um filho de família? Um avô de família? Os aposentados e pensionistas?”, questionou.
Os salários não foram pagos integralmente para cerca de 47% dos servidores do estado. Na sexta-feira (31), os servidores receberam a primeira parcela do pagamento, enquanto a segunda será depositada até o dia 13 de agosto. No caso dos que recebem proventos superiores a R$ 3.150,00, o restante será pago até 25 de agosto.
Uma caminhada de servidores estaduais, em Porto Alegre, bloqueou o trânsito na Avenida Borges de Medeiros e foi em direção ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Os principais serviços públicos do estado estão prejudicados. A Polícia Civil registra apenas crimes contra a vida, os ônibus da empresa pública Carris (que responde por 22% do serviço na capital gaúcha) não estão circulando e diversas escolas estaduais estão fechadas.
“Tenho absoluta certeza de que o governo do Rio Grande e os servidores públicos haverão de encontrar uma solução o mais rápido possível, porque o estado é de caos”, afirmou Paim.
O senador lembrou que, se as paralisações continuarem, todos os setores produtivos serão afetados, especialmente o varejista e o bancário, segmentos que sentem a falta de policiamento diário.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT no Senado