A presidenta Dilma Rousseff criticou, pelo Twitter, nesta quarta-feira (21), a proposta do deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator do projeto do Orçamento de 2016 e que anunciou cortes no valor de R$ 10 bilhões do Bolsa Família.
Na avaliação da presidenta, proposta do parlamentar atenta contra 50 milhões de brasileiros.
“Cortar o Bolsa Família significa atentar contra 50 milhões de brasileiros que hoje têm uma vida melhor por causa do programa”, disse.
Além disso, Dilma defendeu que o Bolsa Família “é prioridade máxima” da gestão PT.
“O Bolsa Família completou ontem 12 anos. Isso significa q o Brasil tem a 1ª geração de crianças q não passaram fome e q estão na escola. É o maior programa de inclusão social do mundo. Destinado aos mais vulneráveis, ele mantém 36 milhões de pessoas fora da extrema pobreza”, disse Dilma, no Twitter.
Dilma lembrou que o programa brasileiro de transferência de renda foi citado como exemplo de política pública na área de assistência social no recente relatório sobre erradicação da pobreza, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“A ONU e o Banco Mundial reconhecem a importância e o sucesso do Bolsa Família”.
“O Bolsa Família garante ainda que 17 milhões de crianças e adolescentes estejam na escola e ajudou a reduzir em 58% a mortalidade infantil”, afirmou.
A presidenta fez um alerta para que não sejam aprovadas medidas que garantam o retrocesso no Bolsa Família. Ela declarou sentir confiança no parlamento para não permitir que a proposta do relator siga em frente.
“Não podemos permitir que isso aconteça. Estou certa que o bom senso prevalecerá na destinação de recursos ao programa”, concluiu.
Outros petistas também repudiaram a proposta apresentada na última terça-feira (20), por Barros. O senador Humberto Costa (PT-PE), durante discurso na tribuna do plenário nesta quarta-feira (21), classificou a intenção “covarde e completamente descabida” da proposta.
“Não seja, deputado, um Robin Hood às avessas, não tire dos pobres para manter o dos ricos. Tenha a firmeza de ser duro com os mais fortes e suave com os mais fracos”, disse.
Durante a fala, Costa voltou a defender a taxação sobre grandes fortunas, o debate sobre a volta da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), além da questão da repatriação dos recursos de brasileiros que estão no exterior.
“Essa é uma medida que se traduz em falta de coragem política: no primeiro momento de crise, se quer cortar o maior programa de transferência de renda e de mobilidade social do mundo, que deu ao povo deste país o direito de deixar a pobreza para trás”, observou.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias