O PT debateu nesta terça-feira (22), na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, o projeto de Reforma Política com propostas de mudanças para o processo eleitoral brasileiro. A população dos municípios do Norte de Minas foi convidada para a plenária, que contou com a presença da vice-presidente Nacional do PT, Gleide Andrade e lideranças regionais e locais.
A proposta do partido se estrutura em quatro pontos: a formação de uma constituinte exclusiva para tratar do sistema eleitoral, financiamento público de campanha, voto em lista preordenada e maior participação de mulheres na política.
O evento faz parte de uma série de ações que estão percorrendo o País, dialogando e coletando assinaturas para a realização de um plebiscito popular que convoque uma Constituinte Exclusiva para discutir a Reforma Política. “Não é uma questão só do PT, é maior. Se queremos um parlamento mais democrático, a altura das mudanças que o Brasil precisa, precisamos mudar o sistema eleitoral vigente”, destacou Gleide.
A vice-presidente do PT está convicta que a única forma de acabar com o relacionamento promíscuo entre os parlamentares eleitos e as corporações que os financiaram é acabar com as doações de empresas a partidos e candidatos nas disputas eleitorais. “Transformaram o processo eleitoral em disputa de mercado, cujo único antídoto é o financiamento público”, afirmou. O foco principal é acabar com a interferência do poder econômico nas eleições e tornar a disputa mais democrática de fato.
A meta é recolher somente nos municípios que compreendem o Norte de Minas cerca de 45 mil assinaturas. São necessárias mais de 1,5 milhão de assinaturas, de todos os estados brasileiros, para que seja apresentado um projeto de iniciativa popular sobre o tema ao Congresso Nacional.
Mais do que recolher assinaturas, Gleide destaca a importância de debater com a sociedade cada uma das alterações propostas. Para ela, esse é o melhor momento para realizar esse debate, que deve politizar a disputa política. “Caso contrário, corremos o risco de termos uma constituição mais conservadora do que temos hoje”, alerta.
A mesma observação foi feita pela secretária-geral do PT de Montes Claros, Marilene Souza, que acha fundamental realizar um exaustivo trabalho educativo.
Para o deputado estadual Paulo Guedes a forma com que as campanhas são financiadas hoje é danosa para os ingressantes na vida política. “Não dá oportunidade para quem está começando. Fica quase impossível sonhar ideologicamente em ser vereador ou deputado”, confessou.
Com a adoção do voto em lista preordenada, o eleitor passaria a votar no projeto dos partidos e não em personalidades políticas, transformando-os em protagonistas do debate político-eleitoral.
Outro ponto defendido na proposta é o aumento real e compulsório das mulheres no cenário político. Mesmo sendo mais da metade da população, elas ocupam hoje menos de 10% do parlamento e atingem apenas 29% das candidaturas atualmente.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias