Ao proferir decisão em ação movida por um grupo de psicólogas e psicólogos, defensores da prática de uso de terapias de reversão sexual, o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu liminar, na última sexta-feira (15/09), deferindo legitimidade à interpretação requerida para a Resolução nº 01/99, do Conselho Federal de Psicologia, que orienta psicólogos sobre como atuarem nas questões relativas à orientação sexual.
O Conselho Federal de Psicologia já se manifestou em diversas oportunidades sobre o tema, contrário a essa interpretação, assentindo que a homossexualidade não é considerada patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – entendimento reconhecido internacionalmente. Também alertou que as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico.
Ao longo de quase duas décadas, diversas foram as tentativas de desconstruir a Resolução nº 01/99, inclusive por projetos de lei. O avanço civilizatório e a consolidação de um sentimento democrático e de respeito às diferenças impediram que as propostas avançassem.
O Partido dos Trabalhadores e suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal repudiam e alertam para os retrocessos que podem ser causados por uma decisão judicial que fere o cerne da Resolução do Conselho Federal de Psicologia e nos coloca, como país, na contramão das conquistas efetivadas nos últimos anos pela comunidade LGBT, retroalimenta movimentos e sentimento homofóbicos e representa uma violação dos direitos humanos.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Lindbergh Farias, líder do PT no Senado
Carlos Zarattini, líder do PT na Câmara