Sobre o brutal assassinato de Marielle Franco:
Marielle Franco, nascida e criada na favela da Maré, foi brutalmente assassinada no centro do Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (14). No atentado também foi morto o motorista Anderson Pedro Gomes. Vereadora pelo PSOL, Marielle era uma combatente das causas sociais e dos direitos humanos. O assassinato de Marielle compõe o quadro trágico das muitas mortes que estão acontecendo em todo o Brasil contra lutadores e lutadoras sociais. E insere-se na lógica fascista que vem tomando conta do país, que é intimidar e silenciar todos aqueles que lutam por justiça social e por um Brasil sem desigualdades.
Marielle era relatora da comissão formada para acompanhar os efeitos da intervenção militar no Estado do Rio.
Pouco antes de morrer manifestou a sua preocupação com o aumento da violência policial contra as comunidades pobres no Rio de Janeiro a partir da intervenção militar na segurança pública do estado. No Sábado, 9 de março, ela postou em uma de suas redes sociais: “Sábado de terror em Acari! O 41º batalhão é conhecido como Batalhão da Morte. É assim que sempre operou a polícia militar do Rio de Janeiro e agora opera ainda mais forte com a intervenção. CHEGA de esculachar a população. CHEGA de matar nossos jovens!”
A lógica golpista, que derrubou uma presidenta honesta, jogando na lata do lixo 54 milhões de votos com o objetivo de destruir políticas públicas, com a PEC do teto que congela investimentos em educação, saúde e habitação popular, a Reforma Trabalhista que destrói direitos dos trabalhadores (as), a tentativa de reforma que destrói a previdência pública, acabando na prática com o direito a aposentadoria, a liquidação na bacia das almas do patrimônio público, a entrega da soberania nacional, vai se espalhando como praga pelo Brasil. Prefeitos e governadores que apoiam o golpe, estão implementando os mesmos ataques aos trabalhadores (as) e a sociedade usam da mais brutal violência contra aqueles que usam o seu direito legítimo de protestar.
Exemplos não faltam, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, em Icó, no Estado de São Paulo aonde as autoridades mandam as forças policiais reprimir de forma violenta trabalhadores, funcionários públicos e professores (as). A onda fascista que prega a eliminação do diferente, de quem discorda das suas visões de mundo, vai construindo um país de ódio e xenofobia, como comprovam comentários de extrema direita, que comemoram o brutal assassinato da vereadora Marielle.
Já passou da hora de todos (as) aqueles (as) que defendem um país com justiça social, que defendem a liberdade, a Democracia e que querem um Brasil melhor para o seu povo reagirem.
Basta de violência, chega de assassinatos de lutadores e lutadoras sociais, por um país de direitos para todos, exigimos a apuração e a punição dos autores da morte brutal da vereadora Marielle.
Contra a retirada de direitos, pelo restabelecimento do Estado Democrático e fim da repressão contra as mobilizações populares.
Paulo Cayres
Secretário Nacional Sindical Do Partido dos Trabalhadores