Nova fórmula da Previdêcia traz ganhos para todos por 15 anos
Simulação mostra que sobrevida de 20 anos para quem faz opção 85-95 pode dar centenas de milhares de reais a mais ao aposentado
Publicado em
A nova fórmula de aposentar, que considera a soma da idade com o tempo de contribuição (85 para mulheres e 95 para homens), beneficia quem recolhe a Previdência por período mais longo, até 2030.
Mas também é vantajosa para as contas do governo pelos próximos 15 anos – por isso terá de ser revista antes de vencido esse prazo –, além de beneficiar o ajuste fiscal adotado pela equipe econômica para recuperar a economia do país.
A economia que a adoção da fórmula proporcionará ao Tesouro nos seus primeiros anos de execução, prazo que se estende até o fim do mandato da presidenta Dilma Rousseff (2018), é de R$ 12,2 bilhões e mais que dobra (para R$ 26 bilhões) até 2022, mantendo-se superavitário até 2030, segundo contas do governo.
Estima-se que o ganho adicional do aposentado com a fórmula, em comparação ao atual método de aposentadoria (fator previdenciário/FP), chegue a 30%.
Ou seja, para alguém que, usando este critério (FP), consiga um benefício vitalício de R$ 2.500,00 mensais, a opção pela nova regra pode elevar seu ganho a R$ 3.250,00; se conseguir ganho de R$ 3,2 mil, pode alcançar o teto atual, de R$ 4,16 mil.
A reportagem simulou uma sobrevida de 20 anos para quem se encaixa no último caso. Essa pessoa ganhará, enquanto for viva, R$ 230,4 mil a mais – um total de R$ 998,4 mil pela fórmula 85-95, contra R$ 768 mil pelo fator previdenciário, que também permanece em vigor.
Quem ganha – A vantagem da opção 85-95 hoje é para quem completa o tempo de aposentadoria por idade (60 anos, mulher; 65, homem); e torna-se mais óbvia para quem somar a isso o tempo cheio de recolhimento da contribuição (30, mulher e 35, homem).
A partir de 2030, mesmo considerando a progressividade da fórmula para alcançar cinco pontos a mais e a soma 90-100 até 2023 (ou seja, 30 de contribuição mais 60 de idade, para mulher; 35 mais 65, homem, respectivamente), o prejuízo anual aos cofres públicos será de R$ 10,2 bilhões, segundo cálculos do Ministério da Previdência.
Isso se deve ao ganho extra que a fórmula proporciona e o avanço da longevidade da população, que alcançará idades cada vez maiores, vivendo mais tempo de aposentadoria.
As mudanças futuras dos critérios de aposentadoria, que já preocupam o governo, terão de garantir mais arrecadação ao Tesouro, para que o sistema de seguridade oficial possa dar conta do avanço das despesas previdenciárias e e vida longa para o brasileiro.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias