Começa hoje, a partir das 14h30, e vai até amanhã, a reunião da nova geração de mulheres do PT e de movimentos populares que estarão reunidas no II Fórum de Jovens Petistas. O encontro contará com a participação de mulheres de todas as idades e das mais diversas trajetórias, a iniciativa visa mobilizar a juventude para enfrentar os desafios na reconstrução do país. O lançamento do Elas Por Elas Jovens Petistas será realizado ao vivo neste sábado, 4.
Em 2020, a sociedade brasileira apostou na participação feminina nas Câmaras Municipais e escolheu o PT para fazer parte desse processo. Foram 561 vereadoras eleitas em todo país contra 444 em 2016, um aumento de 25%. No campo progressista, o PT liderou o ranking de vereadoras eleitas e elegeu o maior número de negras e jovens em todo país, demonstrando que está conectado com as transformações e os anseios da sociedade brasileira. Foram 267 vereadoras negras eleitas, 53 jovens, 158 mulheres entre 30 e 39 anos, e 21 LBTQIA+ um avanço para a construção e a consolidação do combate ao racismo e o fortalecimento da pauta antirracista e da diversidade.
“As mulheres da Juventude do PT sempre tiveram um papel protagonista nos avanços do PT. Foi na nossa instância que surgiu primeiro a paridade de gênero e que se formaram quadros imprescindíveis para o nosso Partido, como a nossa Secretária Nacional Anne Moura. Esse Fórum de Jovens Mulheres, organizado pelas mãos das meninas da Juventude do PT junto com a Secretaria Nacional de Mulheres, certamente será fundamental para o desenvolvimento e a formação política, seguindo no mesmo caminho”, afirma Sorriso, secretário nacional da Juventude do PT.
Durante o Fórum, parlamentares, dirigentes partidárias e sindicais, vão trazer reflexões sobre a conjuntura na ótica feminista, a resistência das jovens mulheres em espaços de poder e a realidade das jovens mulheres no mercado de trabalho.
“Não existe democracia efetiva sem a participação das mulheres, em todas as suas diversidades – de classe, gênero, raça e etnia. O golpe contra o povo começou destituindo uma mulher do poder e existem muitos aprendizados que precisam ser compartilhados. Ao mesmo tempo, a nova geração também precisa desse espaço de escuta e elaboração para que possamos avançar nos desafios do próximo período”, explica Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.
A juventude vem sofrendo diversos ataques do governo Bolsonaro, principalmente no que diz respeito à educação e acesso ao mercado de trabalho. Em 2021, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) registrou o recorde negativo de participantes desde 2008. Apenas 4 milhões de alunos se inscreveram nesta edição, a menor taxa em mais de dez anos, segundo dados do Inep vinculado ao Ministério da Educação.
No contexto da “geração nem-nem” (nem trabalha, nem estuda), as jovens mulheres são as que mais sofrem, de acordo com estudo do Ipea “Os jovens que não trabalham e não estudam no contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil”. Elas são afetadas sobretudo por conta das tarefas domésticas. Devido à ausência de apoio em casa ou de espaços como a creche/escola no período de isolamento social, elas tiveram que se ocupar mais intensamente do trabalho não-remunerado nos lares, durante a pandemia.
Já a pesquisa Vidas Interrompidas 2: Em suas próprias vozes – O Impacto da COVID-19 na vida de Meninas e Jovens Mulheres, divulgada em maio pela organização Plan Internacional, ouviu meninas de 15 a 24 anos em 14 países, entre eles o Brasil, revelou que o futuro das meninas e jovens mulheres está ameaçado no Brasil e no mundo. Segundo o levantamento, 19% das meninas em todo o mundo acreditam que a pandemia forçaria a suspensão dos estudos, 7% temiam ter que abandonar os estudos.
Falta de acesso à internet, sobrecarga de tarefas domésticas, relacionadas ao cuidado, apoio insuficiente de escolas e faculdades e espaço físico para estudar, falta de dinheiro para aquisição de materiais necessários para o ensino on-line foram as principais dificuldades enfrentadas no período de isolamento. Além das condições materiais, milhares de jovens também conviveram com os efeitos provocados pela ansiedade, falta de concentração e foco para estudar em casa.
A minirreforma trabalhista aprovada no Congresso este ano também causa prejuízos à juventude brasileira, em especial às mulheres. A medida faz mudanças profundas permanentes na CLT, dificulta acesso à justiça gratuita, permite exploração de jovens, precariza relação de trabalho, cria o subemprego, permite aumento da redução da jornada de trabalho e redução de salários.
Confira a programação
Mesa 1 – Conjuntura nacional pelo olhar das mulheres feministas – 03/09 às 14:30
Mesa 2 – Vivências e violências: resistência das jovens mulheres – 03/09 às 19:00
Mesa 3 – Realidade das jovens mulheres no mercado de trabalho: a luta contra o machismo – 04/09 às 14:30
Lançamento do Elas por Elas Jovens Mulheres – 04/09 às 19h
Da Redação, Elas Por Elas