Mais da metade dos brasileiros de 15 a 17 anos que se autodeclaram pretos ou pardos estavam no ensino médio em 2014, segundo levantamento feito pelo Instituto Unibanco com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada na semana passada.
Em 2001, esse percentual era de 25%, hoje chega a 51%. No mesmo período, a proporção de jovens brancos no ensino médio cresceu 14 pontos percentuais, chegando a 65%.
Em 2001, mais da metade (53%) dos alunos negros de 15 a 17 anos ainda estava estudando na primeira etapa da educação básica, ou seja, estavam atrasados em relação ao que era esperado para a sua faixa etária.
Na última Pnad, o percentual caiu 21 pontos e hoje a proporção de jovens negros ainda atrasados no fundamental é de um terço (32%) – entre os brancos, esse percentual é de 22%.
No total da população de 15 a 17 anos sem estudar, 19% já completaram o ensino médio. Na população branca, esse percentual é de 28%, superior ao verificado entre os negros (15%).
Ainda de acordo com o levantamento, 57% dos negros que estão fora da escola não completaram o ensino fundamental. Entre os brancos, o percentual de jovens de 15 a 17 anos fora da escola é de 43%.
No ensino superior, a presença dos negros também foi ampliada. No Enem, um dos maiores instrumentos de democratização do acesso ao ensino superior nos últimos anos, os negros são a maioria dos participantes.
Na edição deste ano, 58,17% dos inscritos eram afrodescendentes. Na edição do Sisu (universidades federais) do primeiro semestre deste ano, 47% das vagas ofertadas atenderam os princípios da Lei de Cotas. No ProUni, 51,38% das bolsas de estudos são ocupadas por negros. No Fies, 50,07% dos contratos de financiamento são firmados por estudantes negros.
Em 2015, 25,4% dos contratos do Fies para medicina foram de afrodescendentes. Essa presença é ainda maior nas iniciativas dedicadas ao ensino técnico.
No Pronatec, os negros são 69% dos beneficiados pela Bolsa-Formação, ação de maior relevo, com destaque para as mulheres negras inscritas no Cadastro Único.
A participação não ocorre somente no acesso às instituições brasileiras. Os estudantes negros respondem por 26,59% das bolsas em universidades estrangeiras no âmbito do Ciência sem Fronteiras.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Brasil”