A Seleção Brasileira entra em campo no sábado (12) para disputar o terceiro lugar na Copa do Mundo 2014 com a certeza de que o torneio, apesar do percalço nas quartas-de-final, conseguiu marcar golaços para a economia e a população brasileiras nesses 31 dias de competição, que se encerram no domingo (13).
Os números que fazem o torneio internacional ser sucesso de público, crítica e de retorno econômico-financeiro e social foram confirmados por uma das mais conceituados instituições de pesquisa do país: a Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe), em entrevista com cerca de 17 mil pessoas, consultadas por encomenda do Ministério do Turismo.
Segundo a Fipe, o torneio deve agregar cerca de R$ 30 bilhões ao Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) neste ano. Somados aos R$ 9,7 bilhões da Copa das Confederações em 2013, o Brasil terá conseguido movimentar quase R$ 40 bilhões nos últimos 12 meses.
O estudo da Fipe fez uma análise dos impactos diretos, indiretos e induzidos na economia. A base do cálculo foi a soma de investimentos em infraestrutura (R$ 9,1 bilhões), dos gastos dos turistas nacionais (R$ 346 milhões) e estrangeiros (R$ 102 milhões) e dos investimentos do comitê local (R$ 311 milhões).
Se confirmadas, as projeções da Fipe indicam que esse volume de dinheiro será superior aos investimentos previstos na Matriz de Responsabilidades da Copa, que estimou em R$ 25,6 bilhões os recursos para cobrir a realização do evento. No total estão incluídos os R$ 8 bilhões da construção e reforma dos estádios e as obras de mobilidade urbana, portos e aeroportos, investimentos em infraestrutura turística, segurança, telecomunicações e instalações complementares.
Internacionalmente, o número de telespectadores também é inédito. Mundo a fora cerca de 3 bilhões de pessoas assistiram aos jogos em todo o planeta, segundo estimativas de especialistas em audiência. Esse sucesso já havia sido precedido pela venda de ingressos, que também surpreendeu os organizadores.
A Fifa praticamente zerou 100% dos 3,1 milhões de ingressos disponibilizados para os torcedores das 32 seleções que se classificaram para o torneio. Mas venderia muito acima disso caso houvesse entradas disponíveis, pois mais de 11 milhões de solicitações por ingressos foram encaminhadas à instituição pelos interessados globais.
Declarações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke dão conta que os jogos de abertura e encerramento, que tiveram ingressos esgotados rapidamente, tiveram procura até dez vezes maior que as entradas colocadas á venda. Ele também destacou as longas filas que se formam para comprar ingressos nos pontos de venda como prova do alto interesse dos torcedores brasileiros e estrangeiros.
O povo de fato aderiu: cerca de 60% (1,4 milhão) dos bilhetes foram adquiridos por brasileiros. Os outros 40% foram para o resto do mundo: Estados Unidos, quase 200 mil ingressos; Argentina, 62 mil; Alemanha, 59 mil; Inglaterra, mais de 58 mil; Colômbia, 55 mil; Austrália, 53 mil; Chile, 39 mil; França, 35 mil; e, México, 34 mil). .
O Ministério do Turismo tem uma estimativa de que a Copa do Mundo também resultou em um milhão de empregos no País. Isso equivale a mais de 15% dos 4,8 milhões de empregos formais registrados ao longo do governo da presidenta Dilma Rousseff, segundo a Embratur. O número é resultado da comparação entre a projeção dos impactos da Copa do Mundo e as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), com base em dados de 2011 a 2014. Dessas vagas, 710 mil são fixas e 200 mil são temporários.
Por Márcio Morais, da Agência PT de Notícias