O presidente Jair Bolsonaro assiste ao aumento da rejeição ao seu governo nas principais cidades do país. A queda de popularidade é confirmada por dois institutos de pesquisa: Datafolha e Ibope. Em São Paulo, a maior cidade do país, o apoio ao presidente caiu de 29% para 25%. Em Belo Horizonte, foi de 40% para 35%. Por outro lado, o repúdio ao seu governo segue em níveis altos: 48% em São Paulo, 38% em Belo Horizonte, e 41%, no Rio. Os dados são do Datafolha. A condução da crise sanitária e o aumento do desemprego explicam a performance do Palácio do Planalto.
A rejeição a Bolsonaro é mais alta no Nordeste, onde o rechaço ao seu governo chega a 65% em Salvador e 54%, em São Luís do Maranhão. Os dados são do Ibope. A aprovação do governo caiu em sete capitais após o início da campanha eleitoral, de acordo com o instituto de pesquisa.
A maior variação em pontos percentuais ocorreu em Salvador e em Rio Branco, ambas com queda de 7 pontos percentuais. Na primeira rodada das pesquisas, a capital baiana já apresentava o menor índice de aprovação do governo (18%). Agora, a avaliação ótima/boa diminuiu para 11%. Com isso, Salvador acentuou a baixa aprovação do Planalto nas capitais. Rio Branco registrava 48% de avaliação positiva e agora caiu para 41%.
O dedo podre do presidente está atrapalhando o desempenho dos candidatos apoiados pelo Planalto e pelo bolsonarismo nas capitais. No Rio de Janeiro, o candidato Marcelo Crivela (Republicanos) está derretendo. Em São Paulo, o preferido do Planalto, Celso Russomano (Republicanos), que começou as pesquisas na liderança, agora luta para ficar em terceiro lugar.
Peso do Planalto empurra para baixo
A situação do bolsonarismo não é boa em outras capitais, e a perda de prestígio do presidente pode ter impactos profundos nas eleições no próximo domingo. O apoio de Bolsonaro causou um “racha” no Recife, isolando a candidata à Prefeitura Delegada Patrícia (Podemos). A candidata do PT, Marília Arraes, está arrancando e vai disputar o segundo turno. No Recife, 44% rejeitam o presidente da República.
Mesmo nos estados do Sul, Bolsonaro agora passou a ser visto com olhos de reprovação. Em Florianópolis, 53% criticam o governo. Em Porto Alegre, o índice chega a 49%. O apoio ao presidente nas duas capitais não chega a 30%.
Para o cientista político Wladimir Gramacho, professor da Universidade de Brasília (UNB), a variação negativa do governo pode estar associada a vários fatores nas diferentes cidades. Para ele, no entanto, dois fatores parecem ser os mais relevantes: as campanhas municipais e a pandemia.
“Em Vitória, Bolsonaro é claramente associado a um candidato que está muito mal na disputa e é associado a um motim que deixou mais de 200 mortos em 2017”, disse Gramacho ao G1. O cientista político lembra ainda a situação em outras capitais cuja queda na avaliação do governo também pode ter relação com a pandemia.
Da Redação