A trajetória política de Luiz Carlos Bresser-Pereira sempre foi ligada ao PSDB . O economista foi nomeado presidente do Banespa (o extinto Banco do Estado de São Paulo) na época do governo Montoro, e também foi secretário de governo do tucano que hoje dá nome ao aeroporto internacional do estado. Montoro, à época no PMDB, tornou-se um dos principais nomes na fundação do PSDB em 1988. Bresser foi também ministro da Administração Pública e da Ciência e Tecnologia durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje é forte crítico da legenda. “Eu percebi que o PSDB não tinha qualquer ideia de nação”, afirma.
Segundo ele, o PSDB defende a integração internacional do Brasil, mas de maneira subordinada. “Nós queremos uma integração competitiva, como fez a China, ou como nós fizemos no passado”, afirma ele. Na década de 1990, o governo de FHC implantou políticas neoliberais no Brasil, como a privatização de empresas estatais (como a Vale, por exemplo). O resultado foi uma taxa de desemprego de dois dígitos ao final do seu mandato.
Bresser-Pereira acredita que hoje, existe um ataque violento ao PT por parte da direita, que ficou inconformada com a perda da eleição em 2014. “É uma coisa puramente ideológica. Eles estão jogando tudo para desmoralizar o Lula porque evidentemente ele é o candidato da esquerda em 2018”, diz ele.
“O PT, nos 13 anos de governo, não se deixou cooptar pela direita. Fez acordos. Mas manteve seu compromisso com os trabalhadores e com os pobres”, pontua. A postura do PT, e a perda da eleição em 2014, tornou a direita agressiva.
Segundo ele, quando o PSDB foi fundado, era um partido social-democrata, enquanto o PT era revolucionário.
“Ao longo dos anos, o PT tornou-se um partido de centro-esquerda, comprometido com o social, mas sem propostas de revolução. E o PSDB deu uma guinada à direita. “Eu sempre fui social-democrata e desenvolvimentista”, diz ele, que desde 1999 mantém apenas atividades acadêmicas.
Da Redação da a Agência PT de Notícias