Quatro obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão na lista das 100 mais importantes do mundo. Entre os projetos listados pela consultoria internacional KPMG, estão a Integração do São Francisco, a comunidade sustentável Morar Carioca, o Campo de Libra do Pré-Sal e a Parceria Público-Privada (PPP) do sistema de tratamento de esgoto de Recife (PE).
De acordo com a consultoria, os 100 projetos mais importantes do mundo representam o “espírito” de infraestrutura, desenvolvimento e financiamento privado. Além das quatro obras do PAC, os projetos da Ferrovia Transcontinental e o Metrô da Linha 6 de São Paulo também constam na lista.
Na publicação, divulgada no fim de 2014, o parceiro da KPMG, David Neuenhaus, cita que o Brasil tem investido em infraestrutura ao abrir oportunidades aos interessados em Parcerias Público-Privadas com uma série de incentivos fiscais.
A publicação ainda considera que o Campo de Libra do Pré-Sal, conduzido pela Petrobras, será economicamente importante para o Brasil nos próximos anos. “O projeto não só terá um impacto sobre a economia do Brasil, mas, além disso, altera o equilíbrio da energia do afastado Oriente Médio para as Américas”, descreve o texto.
A lista das 100 obras de infraestrutura mais importantes do mundo faz parte de um relatório global da KPMG feito a cada dois anos. Para a seleção dos projetos, a consultoria criou quatro grupos e separou as obras de acordo com a complexidade, relevância para o país, viabilidade econômica e impacto na sociedade.
Para avaliar as obras e chegar ao resultado final, a KPMG convidou especialistas independentes dos Estados Unidos, China, Índia e Brasil.
Integração – O Projeto São Francisco é, segundo o governo federal, a mais importante iniciativa na política de recursos hídricos nacional. Com investimentos em R$ 8,2 bilhões, as obras de integração têm como objetivo garantir segurança hídrica a mais de 390 municípios do Nordeste. Com isso, 12 milhões de brasileiros devem ser beneficiados.
Atualmente, 11 mil pessoas trabalham no projeto do rio São Francisco e 3,8 mil máquinas estão em operação. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, as obras apresentam quase 70% de execução. A previsão de entrega é no primeiro semestre de 2016.
Habitação – Criado em 2010, o Morar Carioca tem como objetivo urbanizar todas as favelas do Rio de Janeiro até 2020. O projeto já beneficia 73 comunidades e é um dos legados da Olimpíadas de 2016. Os investimentos, na casa de R$ 8,5 bilhões, envolvem infraestrutura, paisagismo, lazer e moradia.
Pré-Sal – Licitado em outubro de 2013, o Campo de Libra deve produzir entre 8 e 12 milhões de barris de petróleo nos próximos 35 anos. Além disso, também serão produzidos na área 120 bilhões de metros cúbicos de gás natural. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a produção de Libra deve alcançar 1,4 milhão de barris por dia e 40 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente.
Os royalties da produção de Libra serão destinados 75% para a educação e 25% para a saúde. Em 35 anos de contrato, os valores totalizarão cerca de R$ 270 bilhões. O excedente em óleo que ficará com a União ainda deve resultar em investimento de R$ 368 bilhões nas duas áreas.
Saneamento – A PPP do sistema de tratamento de esgoto de Recife, capital de Pernambuco, deve ampliar de 30 para 90% a cobertura de saneamento básico, em 12 anos. O investimento previsto é de R$ 4,5 bilhões, entre recursos públicos e privados, e a ampliação do esgotamento sanitário será feita em 15 municípios. As obras beneficiarão cerca de 3,7 milhões de pessoas na região.
Ferrovia – A Transcontinental, executada pela Valec, deverá ter cerca de 4,4 mil quilômetros de extensão, entre o Porto Açu, no Rio de Janeiro, e Boqueirão da Esperança, no Acre. As obras têm o intuito de favorecer o transporte multimodal brasileiro e interligar a malha ferroviária, entre outras questões.
Quando pronta, a ferrovia será uma alternativa para o transporte de cargas para os portos do Norte e Nordeste.
Transporte – A Linha 6 do Metrô de São Paulo ligará Brasilândia, na zona norte da cidade, à estação São Joaquim, no centro. Ao todo, são 15,9 quilômetros e 15 estações, no valor de R$ 8,9 milhões. A estimativa do governo local é atender 634 mil passageiros ao dia e o percurso deve ser feito em 27 minutos.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias