O líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), criticou, no domingo (3) o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por manipular informações sobre a situação financeira do estado com o objetivo de tirar proveito político. “Zema está há mais de 5 anos governando com recursos da União e até hoje fica contando mentiras para o povo de MG. Ele só regularizou o fluxo financeiro do estado porque o Governo Pimentel conseguiu, em novembro de 2018, uma decisão na Justiça que suspendeu esse pagamento”, afirmou o parlamentar em postagem no X (antigo Twitter).
“Essa é a verdade, admitida pelo ex-secretário de Fazenda de Zema, Gustavo Barbosa. O resto é papagaiada”, completou o líder do PT. Ele recomendou ao governador mineiro parar de “fazer disputa política vazia” e cuidar “da dengue em nosso estado”. E ainda criticou Zema por “ impor aos mineiros pedágios altíssimos sem nenhuma melhora efetiva nas estradas mineiras”, e disse que o governador precisa parar de “conversa fiada” e trabalhar pelo estado.
Ataques ao STF
Zema tem-se omitido nas negociações da dívida com o governo federal e, mesmo tendo governado até agora com base em decisão da Justiça, foi ao ato bolsonarista em São Paulo no dia 25 último, convocado para bater nas instituições, inclusive o Supremo Tribunal Federal. Há cinco anos o governo de Minas não paga nada, graças a uma decisão do STF , a partir de iniciativa do ex-governador Fernando Pimentel, que comandou o estado entre 2015 e 2018.
E corre o tempo para a renegociação da dívida de mais de R$ 160 bilhões de Minas Gerais com a União. O prazo para o fim da carência do pagamento e a conclusão de um acordo termina dia 20 de abril. Na quinta-feira, 29, em Belo Horizonte, ao falar sobre a negociação da dívida do Estado com a União, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, criticou Zema durante evento do PT.
Ele afirmou que “tem gente que fala, mas não resolve”, sem mencionar o nome do governador da oposição. Zema reagiu, argumentando que normalizou o fluxo financeiro do estado, mas esqueceu de dizer que isso aconteceu devido à ação do ex-governador Pimentel na Justiça, no final de 2018, conforme lembrou o líder do PT na Câmara, Odair Cunha.
Café do governador está esfriando
No sábado, Padilha rebateu críticas de Zema, que o acusou de estar mal informado sobre o Estado e não ir para lá há “10 anos ou mais”. Em entrevista ao Estadão, Padilha reagiu afirmando que esteve em Minas no ano passado e na última quinta-feira , 29. “O café do governador de MG tá esfriando, por isso, ele está tão descontrolado e perdendo a memória”, disse o ministro. “Meu pai é mineiro, eu sei que é difícil ficar sem café quente, parece que ele tá ruim de memória. Esqueceu que eu e mais de 20 ministros do presidente Lula fomos a Minas Gerais ano passado levando recursos, equipamentos, viaturas, parcerias, e ele fez o desaforo de não receber ninguém”, afirmou o ministro, na entrevista ao Estadão.
A contrário do governador filiado ao Novo, a bancada de deputados do PT de Minas Gerais tem atuado para dialogar e trabalhar com o governo federal para viabilizar um acordo relacionado à dívida de R$ 160 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já recebeu a bancada de deputados e deputadas de Minas Gerais para discutir a proposta de negociação da dívida do Estado com a União.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista ao programa Café com Política, da FM O Tempo, disse que “o governador Romeu Zema é o único governador da história de Minas Gerais que não pagou um centavo da dívida pública com a União. A dívida pública no governo (Fernando) Pimentel era de R$ 110 bilhões. O governador (Pimentel), em consequência dos pagamentos à União, teve um governo muito difícil. No final do governo Pimentel ele conseguiu uma liminar para que as parcelas fossem suspensas. Veio o governador Zema e, para minha surpresa, aliado ao governo Bolsonaro, não procurou amortizar a dívida. Ele não procurou negociar a dívida”, disse.
Do PT na Câmara