O Brasil vai apresentar à Organização dos Estados Americanos (OEA) moção contra o preconceito em relação aos homossexuais, bissexuais e transsexuais. O texto ressalta que as populações LGBT devem ter acesso garantido à participação política e outros âmbitos da vida pública. Ele será apresentado durante a 44ª cúpula da organização que acontece até sexta-feira em Assunção, no Paraguai.
A iniciativa brasileira, entretanto, não é aceita por unanimidade. Até a véspera, apenas Argentina, Uruguai e Equador haviam assinado a proposta. o Paraguai, anfitrião do encontro, negou-se publicamente a assinar a declaração e enfrentou protestos de grupos de lésbica em frente ao local da cúpula.
As militantes feministas relembraram que, às vésperas da realização do evento, o Senado paraguaio aprovou moção na qual convocou o governo do presidente Horácio Cartes a promover o direito à vida desde a concepção e a proteção integral da família nos moldes estabelecidos pela Constituição. Ou seja, apenas aquelas compostas por um homem e uma mulher.
No Brasil, dados do Grupo Gay da Bahia, entidade de defesa dos direitos LGBT mais antiga do País, dão conta de que a homofobia causa uma morte a cada 26 horas.
Em 2012, foram 388 vítimas de crimes de ódio contra homo, bi e transsexuais. De acordo com estudo do grupo, o Brasil ocupou, em 2012, o primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos. Além disso, o País concentrou 44% do total de mortes desse tipo em todo o planeta naquele ano, num total de 770.
Ainda segundo o grupo, com base nos dados de 2012, São Paulo foi o Estado onde mais homossexuais foram assassinados em números absolutos, com 45 vítimas. Alagoas foi considerado o mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de 5,6 assassinatos por milhão de habitantes. Para toda a população brasileira, o índice é 1,7 vítima LGBT por milhão de brasileiros.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Rede Brasil Atual