Há exatos oito meses, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era preso em São Bernardo. A trama que tinha como objetivo final tirar Lula da disputa eleitoral transformou a cidade de Curitiba em uma espécie de ponto de peregrinação daqueles entendem o peso político por trás da condenação do ex-presidente.
Desde então, 244 dias se passaram e a sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba viu passar as mais diferentes personalidades em defesa da libertação de Lula, além de dividir o silêncio do pacato bairro de Santa Cândida com o coro de uma Vigília permanente formada por apoiadores do ex-presidente. Todas as quintas-feiras, Lula tem direito a receber duas visitas, pelo período de meia hora cada. A seguir, relembre alguns dos visitantes daquele que se tornou um dos presos políticos mais populares do mundo e a simbologia do que representa Lula através de cada um que esteve com ele no cárcere.
Em maio, Lula recebeu o ator norte-americano e ativista de direitos humanos Danny Glover. “Meu irmão e companheiro Lula tem que ser libertado para continuar com todas as conquistas que ele alcançou para o povo. Ele é um símbolo de trabalho e amor que repercutiu não só no Brasil como no mundo”, disse Glover.
Os cantores e compositores Martinho da Vila e Chico Buarque visitaram Lula em agosto e transmitiram um recado de Lula, que lutava pelo direito de ser candidato. “Não troco minha dignidade pela minha liberdade”, afirmou Lula aos amigos.
O prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, que esteve com Lula em agosto. Atualmente, o argentino lidera uma campanha para consagrar a Lula o Nobel da Paz em reconhecimento ao seu legado no combate à fome e à miséria no Brasil. “Não conheço outro líder que tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza. Isso é um feito que precisa ser reconhecido, porque tirar milhões de pessoas da extrema pobreza, é construir a paz”.
Após visita religiosa a Lula em junho, a Monja Coen relatou a “alegria de poder encontrar o presidente e falar com ele, e a tristeza por ele estar nessa circunstância”. “Lula é digno. Incomoda porque é honesto, correto e pensa em todos”, declarou.
Um dos pensadores mais importantes da atualidades, o linguista e filósofo norte-americano Noam Chomsky classificou Lula como “uma das figuras mais significativas do século 21”, após visitá-lo em setembro . “É encorajador encontrá-lo e passar um tempo com ele, que por direito deveria ser o presidente do Brasil”.
O ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema e o ex-governador do Distrito Federal do México, Cuauhtémoc Cárdenas também estiveram com Lula durante uma hora em setembro. Ao deixar a prisão, D’Alema classificou a prisão de Lula como “uma monstruosidade”. “Os juristas europeus constataram que a condenação veio em um processo em que não foram garantidos os direitos dele e não existem provas que o incriminam”, afirmou.
Em maio, o teólogo Leonardo Boff fez uma visita religiosa ao ex-presidente. “Lula me disse que, se não morreu aos 5 anos de fome, desde lá sua vida é resistir. Me disse que sua vocação na vida é lutar. O que lhe move é a indignação”, declarou Boff após o encontro.
Em agosto, Lula recebeu o ex-presidente da Colômbia e ex-secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Ernesto Samper. “Não há um único dos princípios universais do devido processo legal que não tenha sido violado no caso do ex-presidente Lula”, disse Samper, após ter lido a íntegra da sentença que condenou Lula.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos resumiu o sentimento após encontrar Lula em agosto. “O que vi foi a grandeza de um homem que sabe inspirar não só o País, mas todos aqueles que o visitam. Não se trata do Lula pessoa, mas do Lula ideia. A ideia de um país com esperança em uma sociedade melhor e inclusiva, mais justa e fraterna”.
Martin Schulz, líder da social-democracia alemã e antigo presidente do Parlamento Europeu, também visitou Lula na prisão e defendeu o direito de Lula a receber um julgamento justo.
Em novembro, o ex-presidente Lula recebeu o fundador do Podemos na Espanha, Juan Carlos Monedero. Em entrevista após a visita, Monedero comparou o cárcere de Lula ao de Mandela. “A História lembrará de Lula, mas não de seus algozes”, disse.
Por Lula.com.br