O patrimônio de apenas oito homens é igual a de 3,6 bilhões de pessoas, revelou um relatório da Oxfam, uma ONG humanitária internacional fundada na Inglaterra. O estudo também mostrou que a renda dos 10% mais ricos aumentou 182 vezes mais que a dos 10% mais pobres entre 1988 e 2011. Além disso, sete em cada dez pessoas vivem em um país que registrou aumento da desigualdade nos últimos 30 anos.
Nenhum destes países é o Brasil. Na contramão da tendência mundial, o salário dos 10% mais pobres da população aumentou mais que o pago aos 10% mais ricos entre 2001 e 2012. Isso só foi possível “graças à adoção de políticas progressistas de reajustes do salário mínimo”, explica o relatório.
Como comparação, o estudo indica que nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, a renda dos 50% mais pobres permaneceu inalterada, enquanto a do 1% mais rico aumentou 300%.
A Oxfam afirma que as relações econômicas atuais recompensam excessivamente os mais ricos e propõe, como estratégia para diminuir o abismo entre milionários e pobres, tornar essas relações econômicas mais humanas.
“Governos responsáveis e visionários, empresas que trabalham no interesse de trabalhadores e produtores, valorizando o meio ambiente e os direitos das mulheres, além de um sistema robusto de justiça fiscal são elementos fundamentais para essa economia mais humana”, diz o texto.
Lula e Dilma valorizaram o mínimo
De fato, durante o governo Lula o crescimento da renda dos mais pobres foi três vezes maior do que a dos mais ricos. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza. Tudo graças a iniciativas como a valorização do salário mínimo, aos programas sociais como o Bolsa Família e à democratização do acesso ao crédito, a moradia, à saúde e à educação.
No início do segundo mandato do governo Lula, em 2007, o governo e as centrais sindicais se puseram de acordo em torno daquela que ficou conhecida como a Política de Valorização do Salário Mínimo.
A partir de então, o mínimo passou a ser reajustado a cada ano com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado, somada à inflação acumulada do ano anterior medida pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC).
No governo Dilma, em 2011, aprovada pelo Congresso Nacional, a política virou Lei n° 12.382, com vigência até 2015.
Reivindicação histórica das centrais sindicais, atendida por Lula, a política de valorização do salário mínimo tornou-se uma das principais ferramentas de distribuição de renda e aquecimento do recém criado mercado interno de consumo de massa.
Além de impactar poderosamente sobre a redução da desigualdade de renda entre ricos e pobres, o aumento real contínuo do salário mínimo também se tornou uma ferramenta de redução das desigualdades regionais, com aumento da qualidade de vida no Norte e no Nordeste.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil