Enquanto na Câmara dos Deputados o relator do orçamento 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), propõe cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família, estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado na manhã desta segunda-feira (14) alerta para a importância do projeto no processo de desenvolvimento humano no Brasil.
O estudo “Relatório de Desenvolvimento Humano 2015” demonstra que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro teve uma evolução de quase 11% entre os anos de 2000 a 2014, saltando do nível de 0,683 para 0,755 no período.
Para o Pnud, o Bolsa Família tem importante peso no avanço do IDH nacional e serve de modelo para adoção em outros países, pois auxiliou na redução, em 27,5%, do índice de pobreza multidimensional (IPM) no Brasil no período de nove anos. Em 2006, a pobreza multidimensional afetava 4% dos brasileiros, número que foi reduzido a 2,9% em 2014.
O indicador considera não só a renda da família, como também as condições de educação e saúde que permitem ao indivíduo viver com mais qualidade de vida.
“O relatório reconhece a importância dos programas sociais, justamente, porque eles proveem um piso de proteção social que funciona nestes momentos de acidentes de percursos e de crise”, esclareceu ao Portal da Presidência a coordenadora do relatório do Pnud no Brasil, Andréa Bolzon.
Na avaliação de Andréa, ressaltada pelo estudo, o Bolsa Família tem promovido aumento na taxa de emprego da população economicamente ativa, redução das taxas de inatividade e de informalidade, aumento dos trabalhadores que contribuem para a previdência e aos direitos associados, além do aumento no salário médio na ocupação principal.
Quando o programa de distribuição de renda teve início, havia, segundo o relatório, preocupações de que a transferência de dinheiro para os mais pobres iria reduzir a oferta de trabalho e a taxa de emprego. Outra conclusão do estudo é que investimentos em infraestrutura ajudam a criar empregos de baixa qualificação, com impactos positivos sobre a pobreza e a desigualdade.
Esses mesmos resultados foram alcançados pelas mulheres trabalhadoras do campo pelos programas de assistência extensão rural em todo o país. As Emater’s regionais e órgãos correlatos permitiram às mulheres ampliar o acesso a insumos, informações de mercado e recursos financeiros.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias