A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (26), investiga bancos Bradesco, Santander, Safra, Pactual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi, e o grupo de comunicação “RBS”. Além disso, a Gerdau, a Camargo Corrêa e a empresa de alimentação BR Foods também estão entre as investigadas por suspeitas de pagamento de propina para integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
A apuração envolve, ao todo, 70 empresas. De acordo com reportagem publicada pelo jornal “Estado de S. Paulo“, neste sábado (28), a propina seria paga por interessados em apagar débitos com a Receita Federal. A operação também lista, entre as investigadas, a Petrobrás, Camargo Corrêa e a Light, distribuidora de energia do Rio.
O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 19 bilhões. Caso essa estimativa se concretize, o valor fruto de corrupção no “tribunal” da Receita Federal seria maior do que o investigado na Operação Lava Jato.
Em conversa interceptada com autorização da Justiça, um ex-conselheiro do Carf, órgão responsável por julgar recursos de empresas multadas, afirmou, por telefone, que apenas pequenos devedores quitavam as multas. “Os grandes, não”, relatou.
Com o suborno, o “tribunal” da Receita produzia pareceres favoráveis aos contribuintes ou adiavam os processos, com pedido de vistas, por exemplo, segundo o jornal. Apenas a “RBS” teria pago R$ 15 milhões aos conselheiros. Com isso, o débito fiscal no valor de R$ 150 milhões da empresa de comunicação teria sido reduzido.
A apuração da Operação Zelotes envolve relatos entre 2005 e 2015. Na quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu 41 mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Ceará.
Somente em Brasília, foram apreendidos 16 carros, três motos, joias, R$ 1,84 milhão, US$ 9.087 e € 1.435. Em São Paulo, forams dez carros e cerca de R$ 240 mil.
Da Redação da Agência PT de Notícias