No terceiro dia de votação do Plebiscito Popular por uma Constituinte Soberana e Exclusiva do Sistema Político, movimentos intensificaram a coleta de votos em todo Brasil. Segundo Rodrigo César, da secretaria operativa nacional do plebiscito, a votação tem obtido bastante adesão em todo País. “A mobilização nos estados tem sido bastante positiva”, avaliou. César disse que a meta de alcançar 10 milhões de votos será atingida.
Quem votou nesta quarta-feira (3) em São Paulo, foi o candidato do PT ao governo estadual, Alexandre Padilha. “Eu que fui do ministro da Coordenação Política, sei da importância de uma Reforma Política”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff declarou apoio ao Plebiscito Popular organizado por mais de 416 entidades dos movimentos sociais e se comprometeu a dar o seu voto no próximo domingo (7), data final da mobilização.
Até domingo, é possível votar também no site www.plebiscitoconstituinte.org.br. Com o CPF em mãos, basta responder à seguinte pergunta: “Você é a favor de um plebiscito popular por uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político?”.
O deputado José Guimarães, do PT do Ceará, defendeu a participação popular nos movimentos pela reforma política e disse que não há vontade política no Parlamento para fazer as mudanças necessárias na política brasileira. “Nós precisamos tensionar, mobilizar a sociedade e fazer pressão sobre nós os parlamentares. Caso contrário, não sairá a tão esperada reforma política”, disse.
Para Guimarães, a reforma política e os instrumentos de participação popular devem ser temas centrais de qualquer governo que queria fazer mudanças reais e profundas no Brasil. “Reforma Política sem povo é uma distração”, completou.
A deputada do PT de São Paulo, Maria Lúcia Prandi lembrou a representação enviada pela presidenta Dilma Rousseff ao Congresso, no ano passado, pedindo a convocação de um plebiscito para ouvir a população. O pedido não teve continuidade, não chegando sequer a ser votado. “Nós necessitamos não apenas de uma reforma eleitoral, mas sim de uma reforma política profunda, que coloque a democracia brasileira à altura dos anseios da sociedade”, declarou.
“Esse debate está acontecendo há três anos, mas não conseguiu avançar”, ressaltou a senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo. Para ela, é fundamental a adesão massiva das mulheres, setor especialmente interessado na reforma do sistema político, que deverá abordar temas como o voto em lista e o financiamento público de campanha. “Somente a reforma política poderá discutir questões que nós temos mais dificuldade de pautar e participar do processo político”, disse a senadora.
Membro efetivo da comissão especial para a reforma política no Congresso, o deputado Ivan Valente (PSOL), disse ser fundamental a manifestação população. Para ele, essa é a única maneira de fazer reformas que resultem em mais ética na política, maior participação popular e pela elevação da política em uma atividade nobre. “Tenho certeza que os congressistas não estão dispostos a cortar na própria carne”, afirmou.
Um dos principais pontos questionados pelo Plebiscito Popular e pelo projeto de Reforma Política proposto pelo PT é o atual regime de financiamento de campanha. Segundo o deputado Ivan Valente, essa é uma questão urgente e considerada a principal forma de acabar com a corrupção. “Empresário não doa, empresário investe. Ele dá agora para cobrar depois”, declarou.
Por Marcos Paulo Lima e Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias