A solidariedade tomou conta de todo o Brasil após a enxurrada de lama, provocada pelo rompimento de barragens da mineradora Samarco, atingir vários município de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Moradores de diversas cidades se mobilizam para garantir o abastecimento de água das cidades afetadas. Segundo a prefeitura de Mariana (MG), há doações enviadas de Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.
A capital mineira, Belo Horizonte, está recebendo todos os mantimentos por meio da Cruz Vermelha. A maior preocupação no momento é abastecer os quase 300 mil habitantes de Governador Valadares, município mais afetados com o rompimentos das barragens.
Apesar do prefeito de Mariana, Duarte Junior, ter pedido para suspender temporariamente as doações por falta de espaço lugar para estocar os alimentos, durante todo o dia dessa segunda-feira (16) caminhões e carros se revezam no centro da cidade para descarregar entre alimentos, roupas, produtos de higiene e água.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão recebendo as doações e vão encaminhar para os locais que mais necessitados. Desde domingo (15), o tratamento e a distribuição de água para a população em Governador Valadares começou a ser normalizado, mas alguns moradores reclamam que ela está chegando nas casas com a cor escura e mau cheiro.
A tragédia – São 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minérios oriundos da atividade da empresa controlada pela Vale e BHP Billiton. A enxurrada afetou, além do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), uma das mais atingidas pela lama, cidades como Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu, Pedras e Barra Longa e chega agora ao Espírito Santo. O Rio Doce, um dos rios mais importantes do país, está tomado por lama e não se sabe se voltará a ter vida.
Como o Rio Doce abastecia parte das cidades atingidas pela lama em muitas delas os moradores estão precisando de água potável. Uma das responsáveis pelo crime ambiental, a empresa Vale enviou para Governador Valadares 300 mil litros de água captados da cidade de Ipatinga. No entanto, eles estavam contaminados com querosene. A água seria utilizada para garantir o abastecimento de hospitais, escolas e creches.
Desde o primeiro dia, o governo federal, por meio do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, esteve presente para tentar minimizar o problemas causados pela tragédia.
Na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff visitou as cidades afetadas pela lama e anunciou uma multa de R$ 250 milhões pelo dano ambiental, que será aplicada pelo Ibama. Além disso, Dilma afirmou ainda que a empresa deve ser responsabilizada e ressarcir o estado, reconstruir as cidades e dar assistências aos moradores.
Vítimas – O número de desaparecidos após o rompimento das duas barragens é de 15 pessoas, entre eles nove funcionários da mineradora Samarco e seis moradores. Sete vítimas já foram identificadas e no total, onze corpos foram encontrados.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias