A exemplo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) brasileiro, criado para ampliar e baratear a cobertura do serviço, nações latino-americanas estão negociando a implantação de uma rede multinacional de fibras ópticas com o mesmo objetivo de promover inclusão digital em todo o continente.
Durante quatro dias, a partir da última terça-feira (14), discussões multilaterais buscaram aprofundar, no âmbito da União de Nações Sul-americanas (Unasul), definições e parâmetros para o projeto “Rede para Conectividade Sul-americana”, como foi batizado. A intenção é que essa rede ultrapasse 10 mil quilômetros de extensão.
Uma etapa inicial, e experimental, dessa rede já está em funcionamento desde junho de 2013. Ela conecta Santana do Livramento, município do Rio Grande Sul, à cidade uruguaia de Riviera, por meio de uma conexão promovida em parceria pela brasileira Telebrás e a Antel, empresa de telecomunicações do país vizinho.
Comitivas dos países da região se reuniram em Montevidéu (Uruguai) até esse sábado (18) com o objetivo de estabelecer um cronograma de procedimentos para viabilizar a rede que vai permitir a inclusão digital coletiva dos povos sul-americanos.
As negociações se dão no âmbito da Coordenação do Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), órgão da Unasul. A ideia central do grupo é interligar os países por meio de um anel de fibras ópticas.
A estrutura contínua vai permitir que o tráfego de sinais digitais em alta velocidade circule sem intermediários entre todos os países do continente. Além de assegurar mais eficiência e segurança na conectividade, o menor custo operacional da rede vai baratear a oferta do serviço.
Em nota, o Ministério das Comunicações informa que, hoje, “o caminho percorrido pelos dados numa simples conexão à internet é extenso e caro” e que os estudos técnicos em andamento vão permitir a “implementação de um sistema mais rápido e mais barato de comunicação na América do Sul”, graças à circulação direta do tráfego entre as redes locais.
Medidas práticas, como a criação de um Grupo de Trabalho para encaminhamento do acordo entre os países e a aprovação do Termo de Referência para a contratação da pessoa jurídica que vai conduzir os estudos, foram firmadas durante essa semana.
Outra medida importante foi a definição da metodologia para desenvolvimento de hubs de integração óptica na região. Os hubs são equipamentos que permitem a conexão de computadores em rede.
Além de dois representantes do Minicom, analistas técnicos Igor de Freitas e Francisco Minervini, a delegação brasileira é formada pelo ministro do Itamaraty, João Parkinson, o assessor técnico do Ministério do Planejamento, Rodolfo Osório, o diretor do Ministério dos Transportes, Francisco Luiz Batista da Costa e um representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias