Chefes de estado de 33 países assinaram, na quinta-feira (29), um pacto pela erradicação da fome do mundo. A meta deverá ser cumprida até 2025. O acordo foi firmado durante a 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que aconteceu nos últimos dias 28 e 29, em San José, na Costa Rica.
As experiências bem-sucedidas de diversos programas sociais de transferência de renda e combate à fome criados pelo governo brasileiro nos últimos anos inspiraram o plano de segurança alimentar, nutrição e erradicação da fome da Celac. As estratégias foram elaboradas juntamente com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Segundo dados da FAO, mais de 37 milhões de pessoas passam fome atualmente na América Latina. O órgão contabiliza ainda 71 milhões de indigentes. Segundo a FAO, a região possui um dos maiores índices de desigualdade no mundo.
O documento final emitido pela cúpula com 27 declarações especiais ainda inclui itens como luta contra o terrorismo e contra a corrupção, combate à mudança climática, apoio à Argentina na negociação da dívida com os fundos especulativos e expansão de alianças com outros países da região.
Os avanços registrados no Brasil no combate à miséria levaram o País a sair do Mapa da Fome da FAO, em 2014. A vitória foi lembrada pela presidenta Dilma Rousseff durante discurso para líderes da Celac, nessa quarta-feira (28).
“Criamos um piso de renda abaixo do qual nenhum brasileiro deve estar. Passamos a complementar a renda das famílias e, com isso, 22 milhões de brasileiros superaram a extrema pobreza, somente nos últimos quatro anos”, ressaltou.
O plano da Celac prevê investimentos em programas de inclusão social e a defesa pela oferta de alimentos nutritivos e alimentação saudável, independente da classe social.
Segundo o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, as estratégias de combate à miséria foram baseadas em programas de combate à fome exitosos aplicados na região.
Entre as ações está o programa brasileiro de distribuição de merenda escolar, adotado em pelo menos dez países da Celac com assistência técnica da FAO.
“Muitos deles são programas brasileiros, implantados há muito tempo no Brasil. Isso vem por uma tradição do papel que o Brasil sempre teve contra a fome na região”, declarou em entrevista ao Portal Brasil.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias