A presidenta Dilma Rousseff viajou, na terça-feira (7), para Ufá, na Rússia, para participar da VII Cúpula do Brics, grupo formado pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul. No encontro, os países têm a chance de defender interesses comuns em relação à economia. Além disso, as nações também buscam ganhar força no campo político e econômico internacional, inclusive com acordos de cooperação.
Neste ano, os cinco países emergentes devem debater detalhes sobre a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido também como Banco do Brics. A instituição foi anunciada na última reunião do grupo, em julho de 2014.
O banco será voltado para investimentos em infraestrutura em países emergentes e deve atuar como alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O capital inicial será de US$ 50 bilhões, mas existe a possibilidade de ser ampliado até US$ 100 bilhões. A sede da instituição ficará em Xangai, na China.
No dia 11 de maio, o banqueiro indiano K.V.Kamath foi nomeado o primeiro presidente do NBD. Ele cumprirá mandato de cinco anos e, depois, quem comandará a presidência da instituição será um brasileiro. A presidenta Dilma Rousseff escolheu, como representantes do Brasil no Conselho de Governadores do banco, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para ocupar a cadeira de governador, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para governador suplente.
Além dos assuntos referentes ao banco, a Cúpula também deve discutir formas para facilitar o comércio entre os países emergentes e as atuações do Banco Mundial e o FMI, por exemplo. Na avaliação do doutor em História das Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Virgílio Arraes, o encontro é importante para fortalecer os laços entre os cinco países.
“Em um momento de crise global é fundamental criar uma interação econômica entre os emergentes. Existem muitas diferenças em relação ao regime político, cultural e econômico destes países. Fomentar espaços de cooperação é muito positivo”, avalia Arraes.
Para Virgílio Arraes, a reunião do Brics também reforça que o “Brasil procura diversificar sua atuação econômica”.
“Estamos passando por um ajuste fiscal, o diálogo entre os Brics ajuda a compreender a questões econômicas com outros olhos”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff participa da 15ª cúpula de líderes dos Brics até quinta-feira (9).
Acordo multilateral – Os Bancos Centrais dos países que compõem os BRICS, assinaram, na terça-feira (7), em Moscou, na Rússia, um acordo multilateral Inter-Central Bank Agreement (ICBA), no âmbito do Arranjo Contingente de Reservas Contingent Reserv Arrangement (CRA). O acordo tem como objetivo ajudar os países do grupo a passar por eventuais crises.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), “o CRA conta com um montante inicial de compromissos assumidos de US$ 100 bilhões e a concessão de recursos será feita por meio de operações de swap a serem executadas pelos Bancos Centrais, seguindo as diretrizes, as responsabilidades e os procedimentos operacionais definidos no ICBA”, informa texto do BCB.
Ainda segundo o Banco Central do Brasil, “a assinatura do ICBA sinaliza a forte colaboração entre os países e sua disposição em articular um mecanismo multilateral de apoio”.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias