Partido dos Trabalhadores

Pandemia provocou aumento de desligamentos por morte de celetistas

Levantamento feito pelo Dieese comprova ampliação de mortes de trabalhadores de várias categorias, entre elas as de transporte, saúde e educação

Foto: Genival Fernandez

Pandemia provocu aumento das mortes entre celetistas no país

A pandemia de Covid-19 – que já matou quase 440 mil pessoas no Brasil – provocou também um aumento considerável de mortes entre trabalhadores celetistas em vários setores do mercado de trabalho.

O Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) divulgou em seu Boletim Emprego em Pauta 18 um aumento, em média, de 71,6% no número de desligamentos por morte de trabalhadores celetistas. O índice passou de 13,2 mil para 22,6 mil entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021, de acordo com os dados do Boletim.

De acordo com a pesquisa do Dieese, algumas categorias foram as mais afetadas pelos desligamentos por mortes. Entre elas, os caminhoneiros de cargas não tóxicas, sendo constatado um aumento de 110% na de transportes de cargas entre as 1.188 atividades celetistas do setor. No primeiro trimestre de 2020 foram desligados por morte um total de 418 profissionais do setor e 880 em 2021, mais que o dobro do que no ano passado.

Outra atividade bastante afetada foi a de atenção à saúde humana que envolve profissionais como médicos, enfermeiros e também aqueles que atuam em consultórios, clínicas

Nas atividades de atenção à saúde humana que envolvem médicos, enfermeiros e até outros profissionais que trabalhem em hospitais, consultórios, e clínicas o crescimento no número de desligamentos por mortes foi de 75,9%. Entre enfermeiros e médicos destaca-se no levantamento uma ampliação de 116% e 204% respectivamente.

Na área da educação, o crescimento dos desligamentos por morte de celetistas foi de 106,7% e em transporte, armazenagem e correio, de 95,2%. O aumento no número de profissionais de informação e comunicação desligados por mortes foi de 124,2%, mas, de acordo com o Dieese, a categoria não é, em número, uma das maiores.

Ainda segundo o levantamento, o Amazonas foi o estado que demonstrou o maior crescimento percentual de desligamentos por morte, sendo 437,7% ( três vezes maior do que o registrado no Brasil). Foram 114, no primeiro trimestre de 2020, e 613, no mesmo período de 2021. Roraima, Rondônia e Acre, os três outros estados da região Norte, vêm em seguida na relação de estados com maior crescimento percentual de desligamentos.

Já no estado de São Paulo, o mais populoso do país, os desligamentos por morte cresceram 76,4%, passando de 4,5 mil para 7,9 mil mortos.

Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os dados do levantamento do Dieese demonstram a incompetência do governo federal no combate à pandemia de Covid-19 que tem vitimado milhares d trabalhadores que pertencem a várias categorias profissionais, além de provocar uma grave crise social no país.

A secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva, considera que esses números revelam que é inaceitável a condução do governo frente à pandemia, que tem levado o Brasil ao aprofundamento das desigualdades sociais, com mais de 27 milhões de brasileiros e brasileiras para a linha da pobreza, com o aumento da forme e do desemprego.

“Não podemos aceitar que a classe trabalhadora siga morrendo por falta de ações de enfretamento a devido à pandemia. É preciso que o governo federal articulado com estados e municípios, atue de forma mais eficiente no combate ao vírus e que invista na compras das vacinas  para imunizar a população”, afirmou a secretária ao site da Central.

Da Redação