Um dos fundadores do PSDB, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, se posicionou contra o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, encampado pelo próprio partido que ajudou a criar.
A declaração do economista foi dada durante o ato público “Professores contra o impeachment pela democracia”, realizado na manhã desta quarta-feira (16) na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo (SP).
O ato marcou o lançamento do manifesto “Impeachment, legalidade e democracia”, que já reúne assinaturas de mais de 7 mil professores.
“A democracia está ameaçada pelos liberais, que não aceitam premissas básicas dela, como os direitos civis e o sufrágio universal. A classe média orfã da política econômica fornece a militância para o golpe”, disse, acrescentando ainda que o impeachment falhará porque “o Brasil tem uma sociedade plural e uma classe trabalhadora ativa”.
Outros intelectuais presentes ao ato também falaram contra o golpe.
“Minha presença no ato é em solidariedade às vítimas do processo em marcha. Saindo ou não saindo o impeachment, estamos diante de uma onda avassaladora que está se despejando sobre o Brasil”, afirmou Paulo Arantes, do departamento de Filosofiada USP.
Para o professor Roberto Schwarcz, de Letras da Unicamp, o impeachment vai enfraquecer a democracia.
“Desde a apuração dos votos em 2014, a oposição trabalha para tornar o Brasil ingovernável de maneira a poder dar o golpe alegando que o País está desgovernado”, acrescentou.
Já o professor de filosofia Marcos Nobre, também da Unicamp, acredita que a “elite brasileira está canalizando o sofrimento social de uma crise econômica para dar o golpe”.
“A autodefesa de um sistema estruturalmente podre e corrupto resulta numa enganação coletiva, que é colocar os de baixo para apoiar uma proposta que basicamente beneficia os de cima”, disparou.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Revista Fórum”