Senadores do Partido dos Trabalhadores se reuniram, nesta terça-feira (20), com lideranças das centrais sindicais para avaliar rejeição do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e também para pensar os próximos passos da luta contra as reformas trabalhista e da Previdência.
A CAS rejeitou, por 10 votos a nove, o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) ao Projeto de Lei da Câmara (PLC 38/2017) sobre a reforma trabalhista.
Para a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a vitória conquistada no Senado é fruto das mobilizações das ruas e mostra que o Senado está aberto para interlocução com a sociedade.
Na avaliação do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a luta dos trabalhadores dá resultados.
“Demora, mas dá resultado. Prova é essa votação na Comissão do Senado, que só foi possível pela luta dos trabalhadores”.
Presente à reunião, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), também reforçou que as mobilizações nos estados foram fundamentais para esse placar e, por isso, a Greve Geral do dia 30 de junho será essencial para enterrar de vez as reformas do usurpador Michel Temer contra os trabalhadores.
“O resultado de hoje foi também por conta da crise política e mostra que governo Temer acabou. Agora é hora da nossa ofensiva. Listar o nome dos senadores, conversar um por um. E a greve do dia 30 vai enterrar de vez as reformas. O peso nos estados é decisivo nessa reta final”, declarou.
Na mesma linha, o Secretário Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Edson Carneiro Índio, enfatizou que o resultado na CAS é “vitória do povo brasileiro, da classe trabalhadora e da bancada de oposição”.
Para ele, os senadores que votaram contra a reforma trabalhista merecem o respeito do povo brasileiro. Assim como aqueles que votaram pela reforma devem ser cobrados em suas bases.
“Foi uma importante vitória, mas a luta continua”. Índio lembrou, também, da greve do dia 30, “para enterrar de vez Temer e exigir eleições diretas”.
“É importante a unidade das centrais e movimentos sindicais. A união do povo tem todas as condições de manter os direitos garantidos na Constituição”.
Líder da oposição no Senado, o petista Humberto Costa (PE), ressaltou que a derrota política do governo Temer foi significativa.
“E mostra fragilidade, isolamento e o início da debandada da base aliada ao governo Temer”.
Na avaliação do senador Paulo Rocha (PT-PA), “a vitória de hoje deve servir de instrumento para alavancar mobilização de rua e greve geral do dia 30”.
Já o líder da oposição do Congresso Nacional, Décio Lima (PT-SC), lembrou que nesta terça também houve uma vitória na CCJ da Câmara, que foi a leitura da PEC das diretas.
“Amanhã será a votação no Plenário da Câmara, em juízo de admissibilidade, para depois formar uma comissão. Mas isso tudo revela que é possível, mesmo no palco do golpe, a gente conseguir virar o jogo”, completou.
Reforma trabalhista vai institucionalizar o bico
Vagner Freitas foi enfático ao afirmar que a reforma trabalhista não vai gerar mais empregos, e sim “institucionalizar o bico”.
E lembrou que a reforma trabalhista está vinculada à reforma da Previdência. “Se passar a trabalhista, nem precisam mais aprovar a previdenciária, porque não vai mais ter novas pessoas entrando no regime geral da Previdência. As duas se somam. Só tem jeito de derrubar as reformas com povo nas ruas”.
O senador Paulo Rocha concordou com Freitas.
“A base do governo está fugindo do debate. Temos que enfrentar na massa essa ideia deles de que a reforma trabalhista gera emprego”, afirmou.
Para Vagner Freitas, é preciso ser didático com o trabalhador.
“Dizer claramente que só eleições diretas derruba as reformas de vez, porque com eleições indiretas, eles tiram o moribundo do Temer e colocam outro no lugar para fazer as reformas”, completou.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias