A Conferência Nacional #LulaLivre: Vencer a Batalha da Comunicação teve início na tarde desta sexta-feira (13), com a mesa temática “Experiências Internacionais nas Comunicações”. Jornalistas e especialistas de Espanha, Uruguai, Venezuela, Brasil e Estados Unidos debateram formas de desenvolver estruturas midiáticas progressistas e populares, em contraposição à hegemonia exercida por grandes grupos de comunicação. Normalmente empresas familiares, tais veículos repetem todos o mesmo ponto de vista, alinhados ao empresariado e aos interesses das forças conservadoras da sociedade.
A mesa contou com as presenças de Carlos Henrique Árabe e Mônica Valente, secretários de comunicação e relações internacionais do PT, Bernardina Ribas (Frente Amplio/Uruguai), Nico Perez (Radio M24/Uruguai), Bhaskar Sunkar (Revista Jacobin Magazine-EUA), Beto Vasques (Podemos/Espanha) e Nacho Lemus (Telesur/Venezuela).
Uma experiência de comunicação de sucesso e em desalinho com as estruturas midiáticas hegemônicas é a Rede Telesur, da Venezuela. A empresa mantém correspondentes em toda a América Latina, e assim é capaz de transmitir conteúdo jornalístico diferente daqueles que são produzidos pelas agências internacionais da Europa e Estados Unidos e pelos grandes jornais locais de cada. “É necessário reajustar as estruturas e ter mídias que mostrem o que está acontecendo no mundo todo”, destacou Nacho Lemus, correspondente da Telesur em São Paulo.
De acordo com ele, “foi muito importante o que fez o PT no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, antes de Lula ir a Curitiba. A gente conseguiu que a foto que marcou o ato não fosse o ex-presidente sendo submetido por Sérgio Moro. Este êxito se deu graças à grande articulação das mídias alternativas”. Ainda segundo Lemus, “é preciso ter um exército de tradutores para que o restante da América saiba o que está acontecendo no Brasil”.
Beto Vasques, assessor político do partido Podemos, da Espanha, reforçou: “O ensinamento político nos últimos tempos é ter luta nos meios de comunicação. Tem que enfrentar. E como se enfrenta? Disputando os acontecimentos, as narrativas, os relatos.” Certamente não será tarefa fácil. “É uma questão de sobreviver, continuar e lutar. A escalada fascista está acontecendo no mundo inteiro”, alertou.
Assim, é preciso que se construa uma rede internacional, para efetivamente fazer circular a informação pelo globo com um viés progressista, conforme defendeu Bhaskar Sunkara, da revista norte-americana Jacobin Magazine. “Nosso objetivo é montar algo internacional e amplo. Nossos ativistas estão prestando bastante atenção no que está acontecendo no Brasil, principalmente com Lula. Renovar nossa linguagem, ter uma estratégia comunicacional, principalmente para chegar na juventude, é muito importante”, defendeu o jornalista.
No Uruguai, há uma experiência sendo criada nesse sentido, segundo contou Nico Perez, da Rádio M24. “Nossa proposta é criar um canal real de informação, sem ser panfletário, com entretenimento, cultura e esporte”. A ideia é clara: “O objetivo deve ser gerar uma linha editorial clara e definida, com identidade e mística própria”.
Por fim, Bernardina Ribas, da Frente Amplio do Uruguai, lembrou que “não se trata apenas de prestar contas e contar os fatos. Enfrentamos a dificuldade de fazer comunicação de esquerda. É muito diferente ser governo e ser oposição”, Bernardina Ribas, da Frente Amplio (Uruguai).
Da Redação da Agência PT de Notícias