Dilma voltou a repudiar as declarações preconceituosas de Fernando Henrique Cardoso contra os nordestinos, durante carreata e comício, nesta quinta-feira (9), em Aracaju, acompanhada pelos governadores Jaques Vagner (BA) e Jackson Barreto, reeleito por Sergipe com 53,52% votos.
Para ela, dizer que os mais de 43 milhões de votos que deram a liderança no primeiro turno à Dilma eram de pessoas pobres e desinformadas é um erro de quem está mal informado sobre as políticas públicas colocadas em prática pelo governo federal. Para rebater a tese do adversário, a presidenta citou números das ações do governo federal no Nordeste, como a construção de sete novas universidades.
“Em todos os estados, 1,5 milhão de famílias receberam luz elétrica graças ao Luz Pra todos. Mais de 2,2 milhões de trabalhadores fizeram cursos técnicos de qualificação profissional. Cerca de 30% de todo o Pronatec foi feito no Nordeste. Isso significa que a população do Nordeste é uma população que tem sede de conhecimento, que se dedica, que se esforça, que dá orgulho ao País”, disse.
Ela elogiou a militância de Sergipe, onde venceu em todos os municípios do estado. “Agradeço a essa militância corajosa e guerreira. Quero dizer que fico muito orgulhosa porque eu tive os votos de todos vocês aqui do povo de Sergipe”, agradeceu. Como na Bahia, mais cedo, Dilma pediu que os sergipanos formassem uma onda que contagiasse todo o estado. “Estou pedindo uma onda sergipana, uma onda forte, que nos leve ao segundo turno vitoriosos”, completou.
Investimentos – Para garantir acesso à saúde de qualidade a todos os brasileiros, e em especial aos sergipanos, o Governo Federal atendeu a demanda total do estado de Sergipe por médicos. Foram 157 profissionais, que estão beneficiando 542 mil sergipanos em 47 municípios. Uma cobertura de 62,7% do estado.
Por meio do programa Saúde da Família, 84,57% da população de Sergipe é atendida por 601 equipes. Além disso, funcionam atualmente no estado 564 postos de saúde, sendo que 84 estão passando por reformas e 118 por obras de ampliação. Outras 162 unidades foram aprovadas para construção no estado. Treze delas já estão concluídas, 65 em ação preparatória e 84 em obras.
E por viverem em localidades onde havia falta de profissionais, as comunidades quilombolas também são beneficiadas pelo programa Mais Médicos. Os quilombos representam um patrimônio cultural da sociedade brasileira. Majoritariamente rurais, essas comunidades vêm se mantendo unidas por relações territoriais históricas, ancestralidade, tradições e práticas culturais e religiosas.
Quilombos – “As comunidades quilombolas ficaram esquecidas por muito tempo em nosso País. Somente em 2004, no governo do presidente Lula, criamos uma política específica para os quilombolas, assumindo como tarefa de Estado assegurar direitos à terra, ao trabalho, à educação, à saúde a esses cidadãos por tantas décadas excluídos”, disse a presidenta Dilma Rousseff.
Em todo o Brasil, são 2.408 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares, sendo que 62,4% delas estão no Nordeste. A estimativa é que existam 214 mil famílias e 1,17 milhão de quilombolas em todo o Brasil. Em Sergipe, existem, ao todo, 4.217 famílias auto-reconhecidas como remanescentes de quilombos, vivendo em 25 comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares.
Com o objetivo de consolidar os marcos da política de Estado para as áreas quilombolas, o Governo Federal lançou o Programa Brasil Quilombola (PQB), em 2004. O programa reúne ações voltadas para essas comunidades nos eixos: acesso à terra, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento local e direitos e cidadania. O PQB contribui para o alcance dos objetivos do Plano Brasil Sem Miséria, que tem como público-alvo uma significativa parcela das comunidades quilombolas.
Em dezembro do ano passado, a presidenta entregou os títulos definitivos de regularização fundiária de territórios quilombolas a duas comunidades sergipanas: Lagoa do Campinho, no município de Amparo do São Francisco, e Mocambo, em Porto da Folha. Segundo Dilma, “a regularização fundiária, além de ser uma questão de sobrevivência para as comunidades, é importante para a sua identidade”.
Da Redação da Agência PT de Notícias